De forma bastante simplificada, segue breve orientação:
1. Sobre o Autismo
Segundo a psicopedagoga Bianca Acampora, o autismo é considerado um
transtorno global do desenvolvimento, marcado por três características
fundamentais: inabilidade para interagir socialmente; dificuldade de
domínio de linguagem para se comunicar e lidar com jogos simbólicos;
padrão de comportamento restritivo e repetitivo. No autismo, o grau de
comprometimento varia de intensidade: há quadros leves, como a síndrome
de Asperger, na qual não há comprometimento da fala e da inteligência, e
outros mais graves, em que o paciente é incapaz de manter contatos
interpessoais e demonstra comportamento agressivo.
A criança com autismo se desenvolve de maneira mais lenta se comparada
com as que apresentam desenvolvimento típico. "Ela é capaz de interagir e
participar, mas da forma dela, talvez não como a escola ou a família
espera", explica a psicopedagoga Bianca Acampora, completando: "Os
autistas têm dificuldade de lidar com mudanças, por menores que sejam,
por isso é importante manter o seu mundo organizado e dentro da rotina".
O autismo é um grave transtorno do desenvolvimento,
descrito pela primeira vez em 1943, pelo psiquiatra austríaco Leo
Kanner, e pressupõe alterações nas seguintes áreas:
- Interação Social
- Comunicação
- Interesses e atividade
Embora não se conheça ao certo as origens e,
menos ainda, a cura, sabe-se que o autismo é congênito, determinado em
grande parte pela genética, mais possivelmente por dezenas de genes.
Estima-se que em cada 1.000 pessoas, 6,7 tenham autismo.
2. Inclusão e Autismo
A chave da inclusão do autista está na comunicação, como indica a
psicopedagoga Bianca Acampora: "É fundamental descobrir um meio ou uma
técnica, não importam quais, que possibilitem estabelecer algum tipo de
comunicação com a criança. Além disso, a presença de um cuidador ou
acompanhante na sala de aula pode ser muito importante". A partir daí,
deve-se adotar uma metodologia de ensino adequada para o aluno.
"No caso
do autismo, já existem provas do que funciona e do que não funciona na
escola", aponta Carmen Lydia da Silva T. de Marco, diretora do Colégio
Pauliceia, de São Paulo, e especialista em psicologia sistêmica e
educacional. Ela recomenda a atualização dos profissionais e adaptações
no currículo para que a inclusão ocorra da melhor maneira possível.
As atividades são selecionadas e planejadas para a diferença, pois, atualmente, as escolas diversificam o programa. Mas esperam, no fim das contas, que todos tenham os mesmos resultados", critica a psicopedagoga Bianca Acampora.
"Uma escola inclusiva deve ter um bom projeto pedagógico, que começa
pela reflexão. Diferentemente do que possam pensar, a inclusão vai muito
além de ter rampas e banheiros adaptados", observa a psicopedagoga e
arteterapeuta Bianca Acampora, especialista em desordens de aprendizagem
e autora do livro Psicopedagogia Clínica - O Despertar das
Potencialidades (Wak Editora).
Entre diagnósticos relativamente comuns, estão o autismo, a esquizofrenia e diferentes tipos de psicose.
Todas essas condições pedem tratamentos específicos, realizados por
equipes multidisciplinares. A boa notícia é que, uma vez tratada e
acompanhada, não há motivo para que a criança não seja incluída e
desenvolva bem o seu aprendizado. O papel da escola é, sobretudo, pensar
em soluções pedagógicas para ela.
A metodologia é a chave da questão: para de fato incluir os alunos com
deficiência ou doença mental na escola, é preciso que esta esteja
preparada. O que isso significa? Conhecer cada caso, envolver-se com a
questão (mantendo, inclusive, contato com os pais e com outros
profissionais que atendam a criança) e adotar um sistema de aprendizado
que funcione.
Já existem diversas pesquisas, publicadas em livros e
revistas científicas, que relacionam pedagogia e deficiências e doenças
mentais. "As práticas pedagógicas precisam ser revistas. As atividades
são selecionadas e planejadas para a diferença, pois, atualmente, as
escolas diversificam o programa. Mas esperam, no fim das contas, que
todos tenham os mesmos resultados", critica a psicopedagoga Bianca
Acampora. "Os alunos precisam de liberdade para aprender a seu modo, de
acordo com as suas condições. E isso vale para estudantes com
deficiência ou não", complementa.
O aprendizado é individual, e não ocorre da mesma maneira em duas
crianças, tenham elas deficiências ou não. A escola deve estar atenta a
esse fato e evitar o autoritarismo; não deve jamais esperar resultados
idênticos de indivíduos diferentes.
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