quinta-feira, 31 de maio de 2012

Contensão Induzida - Terapia de Reabilitação.

Bom dia leitores!
 
Penso ser importante, para profissionais e familiares, conhecerem trabalhos de áreas multidisciplinares sobre Reabilitação. Para nós, inseridos em universo de inclusão e atendimento educacional especializado, é indispensável ter contato com o novo, para que possamos orientar com excelência a jornada de nossos pacientes.

A postagem de hoje é contribuição do querido amigo Renato, Mestre em Psicologia. Renato observou o êxito do trabalho de Contensão Induzida - Terapia de Reabilitação. Manifesto aqui o agradecimento por compartilhar conosco!
"O objetivo do conjunto de métodos comportamentais é  aumentar a freqüência do uso e a qualidade do movimento do membro mais acometido de pessoas com hemiparesia nas atividades da vida real, se trata de atividades usadas  em intervenções para modificação de hábitos. (...) 

Nos artigos disponibilizados pelo grupo Contensão Induzida você encontra resultados das pesquisas, discussões sobre técnicas de reabilitação para membro superior na hemiparesia, protocolos de aplicação em adultos e crianças" 
Imagem do site www.contensaoinduzida.com.br
 Caríssimos, disponibilizo para aprofundamento, o link:  Artigos sobre Contensão Induzida.

Aproveito a oportunidade para convidá-los a participar comigo deste blog, compartilhando conhecimento. Para enviar matérias, artigos científicos, experiências profissionais e familiares diversas, divulgações de instituições e cursos, etc...disponibilizo o e-mail danielle.gazabini@hotmail.com ou contato pelo facebook na fan page Fonoaudiologia Educacional.

Abraços!

terça-feira, 29 de maio de 2012

Tecnologias na Área de Reabilitação Fisioterápica e Fonoaudiológica

Esta entrevista mostra crianças e idosos motivados com aplicativos utilizados em tablets e jogos de vídeo-game. São abordados, principalmente, objetivos na área de fisioterapia e fonoaudiologia de forma a aliar tecnologia e reabilitação.

Entrevista completa sobre utilização de Vídeo-Game na reabilitação multidisciplinar:


Artigo Científico: Estudos comparativos sobre a influência da leitura nos erros da escrita entre meninos e meninas de 4º série. Autores: Vieira, Grosso, Zorzi, Chiapetta.

No artigo científico "ESTUDOS COMPARATIVOS SOBRE A INFLUÊNCIA DA LEITURA NOS ERROS DA ESCRITA ENTRE MENINOS E MENINAS DE QUARTA SÉRIE", os autores Rosana Matheus Rodrigues Vieira, Patrícia Molter de Pinho Grosso, Jaime Luiz Zorzi e Ana Lúcia de Magalhães Leal Chiappetta, colocam como ponto introdutório à pesquisa a seguinte reflexão sobre leitura e escrita:
"A linguagem oral foi desenvolvida por todos os povos, mas nem todos desenvolveram a escrita. A escrita é um método de comunicação, criada pelo homem há cerca de 5.000 anos, para registrar a fala, fatos e mensagens.
Inicialmente, a escrita era baseada em pictogramas que costumavam representar objetos e conceitos. Com o passar do tempo, houve uma necessidade maior da escrita ser representada por símbolos combinados. “Na língua suméria, por exemplo, a junção dos símbolos boca e tigela de comida significava comer”. Com a evolução cultural, a escrita passou a representar conceitos mais abstratos de pensamentos e ações. Para tal, passou-se a fazer uso de símbolos ou caracteres que poderiam ser combinados para obter significados distintos. Esse processo levou aos alfabetos fonéticos, com caracteres que passaram a representar os sons da língua falada.
O alfabeto latino foi modificado ao longo do tempo, passando a ser usado por várias línguas, inclusive o português. A partir do século XX, a língua escrita deixou de ser apenas uma conquista do desenvolvimento individual para ser um pré-requisito para uma sociedade moderna.
A Unesco afirma, sobre a alfabetização, que a leitura e a escrita não conduzirão apenas a um saber geral e elementar, mas a uma maior participação na vida civil e uma melhor compreensão do mundo à nossa volta, abrindo finalmente, ao conhecimento humano básico.
Uma vez que a escrita não é uma habilidade nata, para uma criança aprender a escrever é preciso que a mesma tenha acesso a alguma parte da sociedade letrada.
Em muitos países, a leitura e a escrita ocupam a metade do currículo escolar obrigatório para crianças de nove a onze anos. Meninos e meninas devem ter acesso a diferentes tipos de leitura como: livros, jornais, revistas e anúncios, para que possam conhecer as diversas formas de escrita. É necessário desenvolver a motivação constante pela leitura para que eles não se distanciem cada vez mais dela, algo que tem-se com muita freqüência. 
A prática da leitura colabora no aumento do vocabulário, na compreensão e elaboração de textos. Ler muito pode não ser o suficiente para se ter um bom domínio ortográfico. Seria necessário: leitura, compreensão, criatividade, regras ortográficas e memória para que a criança possa analisar e refletir sobre a língua escrita.Os erros ortográficos são normais a todas as crianças e fazem parte da aquisição da escrita. Baseado em pesquisas, o processo de aprendizagem da escrita é evolutivo, mostrando que, com o passar das séries, o índice de erros ortográficos vai sendo mitigado."
Para conferir o artigo na íntegra, acesse: http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/1693/169320536005.pdf

Boa leitura, caríssimos! 


segunda-feira, 28 de maio de 2012

Dia Mundial da Voz, em Anhumas/ SP

Em comemoração ao Dia Mundial da Voz 2012, foram preparadas ações de prevenção com crianças da Educação Municipal e crianças que frequentam o setor de Fonoaudiologia.



Coaching para Equipe de Profissionais da Educação

Com imenso prazer, recebemos no município de Anhumas o Coaching João Elias por meio da parceria COC/NAME.




O evento foi de grande importância, pois convidou-nos a momentos de reflexão quanto a posturas e condutas profissionais permeadas por motivação e dinamismo.


Ao final deste momento riquíssimo de crescimento individual e coletivo, confraternizamo-nos com alegria e entusiasmo.


Agradecemos a todos envovildos da organização do evento e aos participantes!

Congresso Internacional Educar Educador 2012

Com grande alegria e entusiasmo, participei deste grande evento, nos dias 16 a 19 de maio. Foram momentos inesquecíveis de aprendizado e descobertas tecnológicas na área educacional.


Com inenarrável admiração, assisti a palestra "Desenvolvimento da Aprendizagem e da Comunicação Oral e Escrita: O Papel da Fonoaudiologia Educacional", com Dr. Jaime Zorzi, Irene Marchesan e Thelma Pântano.
 

Parabenizo o Conselho Regional de Fonoaudiologia (2ª Região) e o Conselho Federal de Fonoaudiologia pelo espaço conquistado no Congresso, por meio do stand e suas valiosas oficinas.
Agradeço, profundamente, ao COC/NAME e Prefeitura Municipal de Anhumas que viabilizaram esta oportunidade.


quarta-feira, 11 de abril de 2012

:: Cérebro Esquerdo, Cérebro Direito...

CÉREBRO ESQUERDO

Eu sou o cérebro esquerdo
Eu sou um cientista. Um matemático.
Adoro o que é familiar, eu categorizo. Eu sou preciso. Linear
Analítico. Estratégico. Eu sou prático.
Sempre no controle. Um mestre nas palavras e na linguagem.
Realista. Eu calculo as equações e brinco com os números.
Eu sou a ordem. Eu sou a lógica.
Eu sei exatamente quem eu sou.

CÉREBRO DIREITO

Eu sou o cérebro direito.
Eu sou criatividade, um espírito livre. Eu sou paixão.
Anseio. Sensualidade. Eu sou o som da gargalhada gostosa.
Eu sou sabor. A sensação da areia nos pés descalços.
Eu sou movimento. Cores vibrantes.
Sou o chamado para pintar na tela branca.
Sou imaginação sem limites. Arte. Poesia. Eu percebo. Eu sinto.
Eu sou tudo aquilo que eu quero ser.


*Retirado do google - sem autoria.

quarta-feira, 21 de março de 2012

:: Hoje comemora-se o Dia Mundial da Infância ::

A UNICEF instituiu o dia 21 de março como o Dia Mundial da Infância. Hoje, celebramos o direito das crianças de brincar, correr, desenvolver a sua curiosidade, fazer amigos e se divertir. A data volta os nossos olhos também à importância de nós, adultos, garantirmos  a formação social, educacional e de valores dos nossos pequenos.



A primeira fase de vida é fundamental para o desenvolvimento e tem um impacto importante na situação social, psicológica e econômica da criança. 

Durante a infância, a criança precisa ser estimulada brincando, cantando e falando, além de receber atendimento em saúde, educação e apoio afetivo da sua família e de serviços públicos competentes.

Lanço a seguinte reflexão, caríssimos leitores:

O que nós estamos fazendo com as crianças? O que estamos fazendo por e para elas?

:: Hoje comemora-se o Dia Internacional da Síndrome de Down ::

O dia 21 de março foi escolhido pela associação "Down Syndrome International" para ser o Dia Internacional da Síndrome de Down em referência ao erro genético que a provoca. Todo mundo tem 23 pares de cromossomos. Quem tem Down tem três cromossomos no par de número 21 (daí a data 21/03).

A Síndrome de Down é um acontecimento genético natural e universal. Isso quer dizer que a síndrome não é resultado da ação ou do descuido de mães ou pais, como muitos pensam. E nem é uma doença. Ela é causada por um erro na divisão das células durante a formação do bebê (ainda feto). Só para você ter uma idéia, de cada 700 bebês que nascem, UM tem Síndrome de Down. Por isso, qualquer mulher, independente da raça ou classe social pode ter um bebê Down. 

Você já deve ter ouvido falar que todas as características de uma pessoa - a cor da pele, dos olhos, o tipo e cor dos cabelos, a altura e tudo mais – são herdados (transmitidas) dos pais, certo? Como? Por meio dos genes. São os genes, presentes nos cromossomos, que carregam tudo o que somos. Cromossomos são pedacinhos do núcleo das células que contém as características que cada um de nós herda do pai e da mãe.
Mas mesmo sabendo que existem semelhanças entre as pessoas com Down, não há exames que determinem, no nascimento, como a pessoa (criança, depois adolescente e adulto) vai evoluir durante a sua vida.  Mas hoje, com as descobertas da medicina, sabe-se que para a criança down desenvolver todo seu potencial é importante que, desde cedo, seja amada e estimulada pelos pais, irmãos e profissionais habilitados.
A alteração genética das crianças com Down faz com que todas elas sejam muito parecidas e tenham as seguintes características:
1 - hipotonia (flacidez muscular, o bebê é mais molinho);
2 - comprometimento intelectual (a pessoa aprende mais devagar);
3 - aparência física (uma das características físicas são os olhinhos puxados).

Atualmente, a Síndrome de Down é mais conhecida, o que permite mais qualidade de vida, melhores chances e desenvolvimento para os portadores. Mas, infelizmente, esse avanço ainda não foi suficiente para acabar com um dos principais obstáculos que as pessoas com Down enfrentam: o preconceito. 

Fonte: Instituto Meta Social

Legislação: Lei nº 11.704 - Institui o Dia Nacional da Voz.

LEI Nº 11.704, DE 18 JUNHO DE 2008

Institui o Dia Nacional da Voz.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º É instituído o Dia Nacional da Voz, a ser celebrado anualmente no dia 16 de abril, com o objetivo de conscientizar a população brasileira sobre a importância dos cuidados com a voz.
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 18 de junho de 2008; 187º da Independência e 120o da República.

Luiz Inácio Lula da Silva
José Gomes Temporão

* Nota: Texto redigitado e sujeito a correções.
**Fonte: Conselho Federal de Fonoaudiologia.

Legislação: Lei nº 10.436 - Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências.

LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002.

Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados.
Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.
Art. 2o Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil.
Art. 3o As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva, de acordo com as normas legais em vigor.
Art. 4o O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente.
Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais - Libras não poderá substituir a modalidade escrita da língua portuguesa.
Art. 5o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 24 de abril de 2002; 181o da Independência e 114o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

* Nota: Texto redigitado e sujeito a correções.
**Fonte: Conselho Federal de Fonoaudiologia.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Legislação: Lei nº 6.965 - Dispõe sobre a regulamentação da Profissão de Fonoaudiólogo, e determina outras providências.

Lei nº 6965 de 09 de dezembro de 1981.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA:
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º - É reconhecido em todo o Território Nacional o exercício da profissão de Fonoaudiólogo, observados os preceitos da presente Lei.
Parágrafo único. Fonoaudiólogo é o profissional, com graduação plena em Fonoaudiologia, que atua em pesquisa, prevenção, avaliação e terapia fonoaudiológicas na área da comunicação oral e escrita, voz e audição, bem como em aperfeiçoamento dos padrões da fala e da voz.
Art. 2º - Os cursos de Fonoaudiologia serão autorizados a funcionar somente em instituições de ensino superior.
Parágrafo único. O Conselho Federal de Educação elaborará novo currículo mínimo para os cursos de Fonoaudiologia em todo o Território Nacional.
Art. 3º - O exercício da profissão de Fonoaudiólogo será assegurado:
a) aos portadores de diploma expedido por curso superior de Fonoaudiologia oficial ou reconhecido;
b) aos portadores de diploma expedido por curso congênere estrangeiro, revalidado na forma da legislação vigente;
c) aos portadores de diploma ou certificado fornecido, até a data da presente Lei, por cursos enquadrados na Resolução número 54, do Conselho Federal de Educação, publicada no "Diário Oficial" da União de 15 de novembro de 1976.
§ 1º - Os portadores de diploma ou certificado de conclusão de curso teórico-prático de Fonoaudiologia, sob qualquer de suas denominações - Logopedia, Terapia da Palavra, Terapia da Linguagem e Ortofonia, bem como de Reeducação da Linguagem, ministrado até 1975, por estabelecimento de ensino oficial, terão direito ao registro como Fonoaudiólogo.
§ 2º - Serão assegurados os direitos previstos no art. 4º aos profissionais que, até a data da presente Lei, tenham comprovadamente exercido cargos ou funções de fonoaudiólogo por prazo não-inferior a 5 (cinco) anos.
Art. 4º - É da competência do Fonoaudiólogo e de profissionais habilitados na forma da legislação específica:
a) desenvolver trabalho de prevenção no que se refere à área da comunicação escrita e oral, voz e audição;
b) participar de equipes de diagnóstico, realizando a avaliação da comunicação oral e escrita, voz e audição;
c) realizar terapia fonoaudiológica dos problemas de comunicação oral e escrita, voz e audição;
d) realizar o aperfeiçoamento dos padrões da voz e fala;
e) colaborar em assuntos fonoaudiológicos ligados a outras ciências;
f) projetar, dirigir ou efetuar pesquisas fonoaudiológicas promovidas por entidades públicas, privadas, autárquicas e mistas;
g) lecionar teoria e prática fonoaudiológicas;
h) dirigir serviços de fonoaudiologia em estabelecimentos públicos, privados, autárquicos e mistos;
i) supervisionar profissionais e alunos em trabalhos teóricos e práticos de Fonoaudiologia;
j) assessorar órgãos e estabelecimentos públicos, autárquicos, privados ou mistos no campo da Fonoaudiologia;
l) participar da Equipe de Orientação e Planejamento Escolar, inserindo aspectos preventivos ligados a assuntos fonoaudiológicos;
m) dar parecer fonoaudiológico, na área da comunicação oral e escrita, voz e audição;
n) realizar outras atividades inerentes à sua formação universitária pelo currículo.
Parágrafo único. Ao Fonoaudiólogo é permitido, ainda, o exercício de atividades vinculadas às técnicas psicomotoras, quando destinadas à correção de distúrbios auditivos ou de linguagem, efetivamente realizado.
Art. 5º - O exercício das atividades de Fonoaudiólogo sem observância do disposto nesta Lei configurará o ilícito penal, nos termos da legislação específica.
Art. 6º - Ficam criados o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Fonoaudiologia - CFF e CRF - com a incumbência de fiscalizar o exercício da profissão definida nesta Lei.
§ 1º - O Conselho Federal e os Regionais a que se refere este artigo constituem, em conjunto, uma autarquia federal vinculada ao Ministério do Trabalho.
§ 2º - O Conselho Federal terá sede e foro no Distrito Federal e jurisdição em todo o País, e os Conselhos Regionais terão sede e foro nas Capitais dos Estados, dos Territórios e no Distrito Federal.
Art. 7º - O Conselho Federal será constituído de 10 (dez) membros efetivos e respectivos suplentes, eleitos pela forma estabelecida nesta Lei.
§ 1º - Os membros do Conselho Federal e respectivos suplentes, com mandato de 3 (três) anos, serão eleitos por um Colégio Eleitoral integrado de um representante de cada Conselho Regional por este eleito em reunião especialmente convocada, facultada a reeleição para um mandato.
§ 2º - O Colégio Eleitoral convocado para a composição do Conselho Federal reunir-se-á, preliminarmente, para exame, discussão, aprovação e registro das chapas concorrentes, realizando as eleições 24 (vinte e quatro) horas após a sessão preliminar.
Art. 8º - Os membros dos Conselhos Regionais e os respectivos suplentes, com mandato de 3 (três) anos, serão eleitos pelo sistema de eleição direta, através do voto pessoal, secreto e obrigatório dos profissionais inscritos no Conselho, aplicando-se pena de multa, em importância não-excedente ao valor da anuidade, ao que deixar de votar sem causa justificada.
Parágrafo único. O exercício do mandato de membro do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais, assim como a respectiva eleição, mesmo na condição de suplente, ficará subordinado, além de outras exigências legais, ao preenchimento dos seguintes requisitos e condições básicas:
I - cidadania brasileira;
II - habilitação profissional na forma da legislação em vigor;
III - pleno gozo dos direitos profissionais, civis e políticos;
IV - inexistência de condenação por crime contra a segurança nacional.
Art. 9º - A extinção ou perda de mandato de membro do Conselho Federal ou dos Conselhos Regionais ocorrerá em virtude de:
I - renúncia;
II - superveniência de causa de que resulte a inabilitação para o exercício da profissão;
III - condenação à pena superior a 2 (dois) anos, em face de sentença transitada em julgado;
IV - destituição de cargo, função ou emprego, relacionada à prática de ato de improbidade na Administração Pública ou Privada, em face de sentença transitada em julgado;
V - conduta incompatível com a dignidade do órgão ou falta de decoro;
VI - ausência, sem motivo justificado, a 3 (três) sessões consecutivas ou a 6 (seis) intercaladas, em cada ano.
Art. 10 - Compete ao Conselho Federal:
I - eleger, dentre os seus membros, por maioria absoluta, o seu Presidente e o Vice-Presidente;
II - exercer função normativa, baixar atos necessários à interpretação e execução do disposto nesta Lei e à fiscalização do exercício profissional, adotando providências indispensáveis à realização dos objetivos institucionais;
III - supervisionar a fiscalização do exercício profissional em todo o Território Nacional;
IV - organizar, propor instalação, orientar e inspecionar os Conselhos Regionais, fixar-lhes jurisdição e examinar suas prestações de contas, neles intervindo desde que indispensável ao restabelecimento da normalidade administrativa ou financeira ou à garantia da efetividade ou princípio da hierarquia institucional;
V - elaborar e aprovar seu Regimento, "ad referendum" do Ministro do Trabalho;
VI - examinar e aprovar os Regimentos dos Conselhos Regionais, modificando o que se fizer necessário para assegurar unidade de orientação e uniformidade de ação;
VII - conhecer e dirimir dúvidas suscitadas pelos Conselhos Regionais e prestar-lhes assistência técnica permanente;
VIII - apreciar e julgar os recursos de penalidade imposta pelos Conselhos Regionais;
IX - fixar o valor das anuidades, taxas, emolumentos e multas devidos pelos profissionais e empresas aos Conselhos Regionais a que estejam jurisdicionados;
X - aprovar sua proposta orçamentária e autorizar a abertura de créditos adicionais, bem como operações referentes a mutações patrimoniais;
XI - dispor, com a participação de todos os Conselhos Regionais, sobre o Código de Ética Profissional, funcionando como Conselho Superior de Ética Profissional;
XII - estimular a exação no exercício da profissão, velando pelo prestígio e bom nome dos que a exercem;
XIII - instituir o modelo das carteiras e cartões de identidade profissional;
XIV - autorizar o Presidente a adquirir, onerar ou alienar bens imóveis;
XV - emitir parecer conclusivo sobre prestação de contas a que esteja obrigado;
XVI - publicar, anualmente, seu orçamento e respectivos créditos adicionais, os balanços, a execução orçamentária e o relatório de suas atividades.
Art. 11 - Os Conselhos Regionais serão organizados, em princípio, nos moldes do Conselho Federal.
Art. 12 - Compete aos Conselhos Regionais:
I - eleger, dentre os seus membros, por maioria absoluta, o seu Presidente e o seu Vice-Presidente;
II - elaborar a proposta de seu Regimento, bem como as alterações, submetendo-as à aprovação do Conselho Federal;
III - julgar e decidir, em grau de recurso, os processos de infração à presente Lei e ao Código de Ética;
IV - agir com a colaboração das sociedades de classe e das escolas ou faculdades, nos assuntos relacionados com a presente Lei;
V - deliberar sobre assuntos de interesse geral e administrativo;
VI - expedir a carteira de identidade profissional e o cartão de identificação aos profissionais registrados, de acordo com o currículo efetivamente realizado;
VII - organizar, disciplinar e manter atualizado o registro dos profissionais e pessoas jurídicas que, nos termos desta Lei, se inscrevam para exercer atividades de fonoaudiologia na Região;
VIII - publicar relatórios de seus trabalhos e relações dos profissionais e firmas registrados;
IX - estimular a exação no exercício da profissão, velando pelo prestígio e bom conceito dos que a exercem;
X - fiscalizar o exercício profissional na área da sua jurisdição, representando, inclusive, às autoridades competentes, sobre os fatos que apurar e cuja solução ou repressão não seja de sua alçada;
XI - cumprir e fazer cumprir as disposições desta Lei, das resoluções e demais normas baixadas pelo Conselho Federal;
XII - funcionar como Conselhos Regionais de Ética, conhecendo, processando e decidindo os casos que lhes forem submetidos;
XIII - julgar as infrações e aplicar as penalidades previstas nesta Lei e em normas complementares do Conselho Federal;
XIV - propor ao Conselho Federal as medidas necessárias ao aprimoramento dos serviços e do sistema de fiscalização do exercício profissional;
XV - aprovar a proposta orçamentária e autorizar a abertura de créditos adicionais e as operações referentes a mutações patrimoniais;
XVI - autorizar o Presidente a adquirir, onerar ou alienar bens imóveis;
XVII - arrecadar anuidades, multas, taxas e emolumentos e adotar todas as medidas destinadas à efetivação de sua receita, destacando e entregando ao Conselho Federal as importâncias referentes à sua participação legal;
XVIII - promover, perante o Juízo competente, a cobrança das importâncias correspondentes às anuidades, taxas, emolumentos e multas, esgotados os meios de cobrança amigável;
XIX - emitir parecer conclusivo sobre prestação de contas a que esteja obrigado;
XX - publicar, anualmente, seu orçamento e respectivos créditos adicionais, os balanços, a execução orçamentária e o relatório de suas atividades.
Art. 13 - Aos Presidentes dos Conselhos Federal e Regionais incumbe a administração e representação legal dos mesmos, facultando-se-lhes suspender o cumprimento de qualquer deliberação de seu Plenário que lhes pareça inconveniente ou contrária aos interesses da instituição, submetendo essa decisão à autoridade competente do Ministério do Trabalho ou ao Conselho Federal, respectivamente.
Art. 14 - Constituem renda do Conselho Federal:
I - 20% (vinte por cento) do produto da arrecadação de anuidades, taxas, emolumentos e multas de cada Conselho Regional;
II - legados, doações e subvenções;
III - rendas patrimoniais.
Art. 15 - Constituem renda dos Conselhos Regionais:
I - 80% (oitenta por cento) do produto da arrecadação de anuidades, taxas, emolumentos e multas;
II - legados, doações e subvenções;
III - rendas patrimoniais.
Art. 16 - A renda dos Conselhos Federal e Regionais só poderá ser aplicada na organização e funcionamento de serviços úteis à fiscalização do exercício profissional, bem como em serviços de caráter assistencial, quando solicitados pelas entidades sindicais.
Art. 17 - O exercício da profissão de que trata a presente Lei, em todo o Território Nacional, somente é permitido ao portador de carteira profissional expedida por órgãos competentes.
Parágrafo único. É obrigatório o registro nos Conselhos Regionais das empresas cujas finalidades estejam ligadas à Fonoaudiologia, na forma estabelecida em Regulamento.
Art. 18 - Para o exercício de qualquer das atividades relacionadas no art. 4º desta Lei, em qualquer modalidade de relação trabalhista ou empregatícia, será exigida, como condição essencial, a apresentação da carteira profissional emitida pelo respectivo Conselho.
Art. 19 - O exercício simultâneo, temporário ou definitivo, da profissão, em área de jurisdição de 2 (dois) ou mais Conselhos Regionais, submeterá o profissional de que trata esta Lei às exigências e formalidades estabelecidas pelo Conselho Federal.
Art. 20 - O pagamento da anuidade ao Conselho Regional da respectiva jurisdição constitui condição de legitimidade do exercício da profissão.
Parágrafo único. A anuidade será paga até 31 de março de cada ano, salvo a primeira, que será devida no ato do registro dos profissionais ou das empresas referidas no parágrafo único, do art. 17, desta Lei.
Art. 21 - Constituem infração disciplinar:
I - transgredir preceito do Código de Ética Profissional;
II - exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não-registrados ou aos leigos;
III - violar sigilo profissional;
IV - praticar, no exercício da atividade profissional, ato que a lei defina como crime ou contravenção;
V - não cumprir, no prazo assinalado, determinação emanada de órgãos ou autoridade do Conselho Regional, em matéria de competência deste, após regularmente notificado;
VI - deixar de pagar, pontualmente, ao Conselho Regional, as contribuições a que está obrigado;
VII - faltar a qualquer dever profissional prescrito nesta Lei;
VIII - manter conduta incompatível com o exercício da profissão.
Parágrafo único. As faltas serão apuradas levando-se em conta a natureza do ato e as circunstâncias de cada caso.
Art. 22 - As penas disciplinares consistem em:
I - advertência;
II - repreensão;
III - multa equivalente a até 10 (dez) vezes o valor da anuidade;
IV - suspensão do exercício profissional pelo prazo de até 3 (três) anos, ressalvada a hipótese prevista no § 7º deste artigo;
V - cancelamento do registro profissional.
§ 1º - Salvo nos casos de gravidade manifesta ou reincidência, a imposição das penalidades obedecerá à gradação deste artigo, observadas as normas estabelecidas pelo Conselho Federal para disciplina do processo de julgamento das infrações.
§ 2º - Na fixação da pena serão considerados os antecedentes profissionais do infrator, o seu grau de culpa, as circunstâncias atenuantes e agravantes e as conseqüências da infração.
§ 3º - As penas de advertência, repreensão e multa serão comunicadas pela instância própria, em ofício reservado, não se fazendo constar dos assentamentos do profissional punido, a não ser em caso de reincidência.
§ 4º - Da imposição de qualquer penalidade caberá recurso, com efeito suspensivo, à instância imediatamente superior:
a) voluntário, no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência da decisão;
b) "ex officio", nas hipóteses dos incisos IV e V deste artigo, no prazo de 30 (trinta) dias a contar da decisão.
§ 5º - As denúncias somente serão recebidas quando assinadas, declinada a qualificação do denunciante e acompanhadas de indicação dos elementos comprobatórios do alegado.
§ 6º - A suspensão por falta de pagamento de anuidades, taxas ou multas só cessará com a satisfação da dívida, podendo ser cancelado o registro profissional se, após decorridos 3 (três) anos, não for o débito resgatado.
§ 7º - É lícito ao profissional punido requerer, à instância superior, revisão do processo, no prazo de 30 (trinta) dias contados da ciência da punição.
§ 8º - (Revogado pela Lei nº 9.098, de 19/09/1995)
§ 9º - As instâncias recorridas poderão reconsiderar suas próprias decisões.
§ 10 - (Revogado pela Lei nº 9.098, de 19/09/1995)
Art. 23 - O pagamento da anuidade fora do prazo sujeitará o devedor à multa prevista no Regulamento.
Art. 24 - A exigência da carteira profissional de que trata o art. 18 desta Lei somente será efetiva a partir de 180 (cento e oitenta) dias, contados da instalação do respectivo Conselho Regional.
Art. 25 - O primeiro Conselho Federal será constituído pelo Ministro do Trabalho.
Art. 26 - Os Conselhos Regionais serão instalados desde que agrupem um número suficiente de profissionais, capaz de garantir sua normalidade administrativa, a critério e por ato do Ministro do Trabalho.
Art. 27 - A presente Lei será regulamentada pelo Poder Executivo dentro de 90 (noventa) dias.
Art. 28 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 29 - Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 9 de dezembro de 1981; 160º da Independência e 93º da República.
* Nota: Texto redigitado e sujeito a correções.
**Fonte: Conselho Federal de Fonoaudiologia.

:: De janeiro para cá...::



Boa  noite leitores.

O ano começou a todo vapor. Passei várias vezes por aqui, entretanto não consegui organizar tempo para postar muitas matérias interessantes relativas ao nosso cotidiano na Prefeitura de Anhumas e novidades sobre a área de Fonoaudiologia Educacional.

Neste ano, o blog cumprirá duas funções primordiais:
1) Troca de experiências com profissionais, pais e pacientes.
2) Difusão de conhecimentos!

Neste primeiro ano de vida do blog, alguns profissionais parceiros solicitaram que este espaço fosse utilizado para reunir e partilhar:
- artigos científicos; 
- legislação de Educação, Fonoaudiologia e Inclusão;
- matérias de orientação e estimulação para pais "leigos"; 
- novidades publicadas pelo diferentes segmentos de Saúde e Educação.

Tentarei veicular tudo o que encontro de interessante neste universo rico...e espero que, cada vez mais, apareçam sugestões e críticas construtivas que auxiliem na edificação de nossa "casa virtual".

Grande abraço da fonoaudióloga,


Danielle Prandini Gazabini
CRFª 17.418

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

:: Pesquisa revela que barulho de brinquedos pode prejudicar audição ::

Crianças menores de dois anos são as mais prejudicadas.
Barulhos podem até causar estresse.

 Uma pesquisa realizada por uma fonoaudióloga de Marília, interior de São Paulo, mostrou que os pais devem ficar atentos aos produtos que geram sons, oferecidos no mercado, sem o selo do Inmetro. Eles podem causar sérios danos ao sistema auditivo.

Se pra muitos pais é um martírio conviver com os brinquedos barulhentos dos filhos, imagine o mal que eles podem causar às crianças, que ainda não têm audição completamente desenvolvida.

Quando o brinquedo emite algum som o cuidado tem que ser redobrado na hora da compra. O barulho pode prejudicar a saúde da criança, principalmente dos menores de dois anos.

Especialistas explicam que até esta idade, o sistema auditivo não está completamente desenvolvido. A fonoaudióloga Carla Linhares passou quatro anos estudando as consequências do barulho dos brinquedos para a audição das crianças. Durante a pesquisa, vinte brinquedos foram analisados.

Dez com selo do Inmetro e outros dez, sem a garantia do instituto. O resultado foi impressionante.

O ruído do brinquedo certificado pelo Inmetro ficou bem abaixo do permitido que é de 85 decibéis, já o que não tem o selo, o barulho passou dos cem decibéis. O suficiente pra deixar até um adulto irritado. "Numa casa provavelmente vai ter mais barulho, o que vai somar o ruído. Mas com o tempo, sem que os pais percebam, vai acarretar prejuízo para a criança, tanto para audição como estresse", explica.

O professor de fonoaudiologia, Heraldo Lorena Guida, que acompanhou a pesquisa, explica a gravidade da lesão que o uso de brinquedos com o barulho alto e contínuo pode causar. "Em um primeiro momento a gente pode entender que do ponto de vista psicológico, do ponto de vista do estresse, agitação, esse som elevado ele vai trazer algumas consequências para o cotidiano”.

É proibido vender brinquedos sem o selo do Inmetro, ainda assim é fácil encontrar comerciantes que desrespeitam a lei. Este mês uma loja em Marília foi multada e nela catorze brinquedos irregulares apreendidos.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

"Quero aprender: Preciso de ajuda."

As dificuldades escolares estão presentes em 40% da população em idade escolar no Brasil. Esses dados são alarmantes e precisam de uma interpretação imediata para que ações e estratégias político-educacionais sejam implementadas. As dificuldades de escolarização podem ser decorrentes de fatores socioeconômicos e culturais, condições de ensino, preparação do professor, entre outros. Porém, tais dificuldades não podem ser confundidas com os transtornos de aprendizagem, também chamados de Transtornos Funcionais Específicos (TFEs), os quais manifestam dificuldades inerentes ao aprendiz, que irão ocorrer mesmo em situações ideais de aprendizagem, como a presença de professores bem preparados, metodologias adequadas de ensino, famílias capazes de promover ambiente eficaz de aprendizagem e assim por diante. Por outro lado, condições escolares deficientes, problemas familiares e socioeconômicos, apesar de não serem a causa primária dos TFEs, podem agravar a situação.
O Ministério de Educação considera como Transtornos Funcionais Específicos quadros como a Dislexia, Discalculia e Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O transtorno do déficit de atenção e hiperatividade pode afetar o desempenho escolar quando é alto o grau de desatenção; neste caso o tratamento com medicamento pode ser recomendado pelo profissional médico. Nos casos de dislexia, por outro lado, não há prescrição de medicamentos, e, sim, adaptações pedagógicas aliadas ao atendimento especializado. Deve-se salientar que a avaliação diagnóstica não é feita por professores. Em ambos os casos, o diagnóstico deve ser realizado por equipe de profissionais da saúde, da qual o fonoaudiólogo faz parte. Apesar do reconhecimento da existência desse tipo de problema entre os educandos e da necessidade de a escola preparar-se para o atendimento apropriado dos mesmos, o Ministério da Educação ainda não definiu, formalmente, políticas que possam garantir a assistência adequada e necessária a tal população.
Na falta de uma compreensão mais adequada dos problemas que podem caracterizar os transtornos de aprendizagem encontramos uma tendência, bastante prevalente entre os educadores, de encaminhar, desnecessariamente, toda e qualquer criança com alguma dificuldade para serviços extra-escolares, ou seja, para atendimentos fora da escola, de acordo com os recursos de cada comunidade.   Consequentemente, como reflexo de tal situação, o SUS está completamente sobrecarregado com filas de espera em TODOS os serviços especializados que prestam atendimento a crianças e adolescentes com este tipo de dificuldade, sendo que com diagnóstico adequado poderiam estar recebendo apoio pedagógico na própria escola. Somente os casos de transtornos de aprendizagem mais graves necessitam acompanhamento especializado na Saúde. Os gastos desnecessários com procedimentos avançados, demorados e caros, em hospitais e clínica escolas poderiam ser evitados com um programa de prevenção e identificação precoce no próprio ambiente educacional.
Há legislação específica para apoio escolar a estudantes com TFEs em mais de 170 países, com os mais variados regimes políticos, e sistemas educacionais. Países como Estados Unidos, Inglaterra, China e Finlândia possuem políticas que garantem apoio aos disléxicos, como tempo extra para a realização de atividades, possibilidade de gravar as aulas ou uso de calculadoras, por exemplo. Se estes transtornos de aprendizagem fossem tão somente um comportamento decorrente da educação, ou do meio sociocultural, como é possível que sejam reconhecidos em tantas regiões tão diferentes? A Finlândia, por exemplo, tem um sistema educacional considerado como de altíssima qualidade, o que não elimina a existência de alunos com transtornos funcionais.
No Brasil, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva publicada em 2008, estabeleceu critérios para a participação dos alunos da educação especial, nas classes da rede de ensino regular. No entanto, as crianças com Transtornos Funcionais Específicos não foram contemplados nesta nova política.
Nos Estados Unidos a legislação garante a existência de programas de identificação precoce para os transtornos de aprendizagem o que auxilia a escola a desenvolver com as famílias, estratégias de ensino para potencializar a aprendizagem.
O enfoque do Conselho Federal de Fonoaudiologia ao discutir as diretrizes educacionais que atendam alunos com transtornos funcionais específicos de aprendizagem vem trazer luz à vulnerabilidade específica que atinge esse grupo, mesmo na ausência de desvantagem econômica e educacional. Essa discussão representa mais um passo no sentido de promover a integração social por meio de um governo responsivo às questões multifacetadas da sociedade atual e que prima por tolerância, igualdade e justiça social.
O Conselho Federal de Fonoaudiologia zela pela atuação fonoaudiológica de qualidade, seja no contexto da área de saúde, para a realização do diagnóstico, seja junto à equipe de educação participando da formação dos educadores e da discussão do acompanhamento pedagógico destas crianças.
As dificuldades decorrentes destes transtornos de aprendizagem são persistentes e pervasivas, sendo um dos fatores determinantes do fracasso e do abandono escolar por parte de muitos estudantes. A escola é somente um dos contextos onde estas dificuldades graves se manifestam. Os transtornos funcionais acompanham toda a vida do indivíduo, com impactos inclusive em sua vida profissional e social.
Ressaltamos novamente que nem todo o fracasso escolar é decorrente da presença dos TFEs, e, aliás, estes são uma parcela minoritária (4%), contudo que merece atenção.  Enquanto houver crianças e jovens nesse país, impedidos de finalizar o ensino básico em decorrência do não atendimento e por que não, do não entendimento de suas demandas específicas no âmbito da aprendizagem, estaremos em falta profunda com a construção de uma sociedade digna e verdadeiramente inclusiva.

Fonte: Blog Saúde com Dilma, 20/12/2011.