sexta-feira, 8 de março de 2013

Portadores de Déficit do Processamento Auditivo Central - DPAC possuem uma nova opção de tratamento para o transtorno


Portadores de Déficit do Processamento Auditivo Central - DPAC possuem uma nova opção de tratamento para o transtorno (Escrito por Kendra Chihaya, em 20 de Fevereiro de 2013).

Pesquisadores da Universidade do Kansas - EUA desenvolveram um novo programa deterapia para tratamento do transtorno que atinge 7% das crianças em idade escolar ocasionando sérias dificuldades de aprendizagem.


O Centro de Estudos de Distúrbios da Comunicação em parceria com o Centro de Estudos da Família e Serviços Humanos da Universidade do Kansas nos EUA, após diversas pesquisas e testes, está oferecendo uma nova opção de tratamento para o Déficit do Processamento Auditivo Central - DPAC. 

O programa de tratamento desenvolvido pelos cientistas, fonoaudiólogos e médicos da Universidade do Kansas, chamado de EARSS (Enhancing Auditory Responses to Speech Stimuli ), utiliza as respostas auditivas para os estímulos de fala como base do tratamento, adaptando as práticas terapêuticas de cada paciente com base nas evidências de diagnóstico do transtorno de cada caso. 

Antes de iniciar o programa EARSS, as crianças são submetidas a um pré-teste para determinar suas necessidades específicas e assim definir o tempo de tratamento e a melhor forma de abordar a terapia com cada um.

Após, um médico audiologista acompanhado de um fonoaudiólogo encontra-se com o paciente uma hora por semana para participar de atividades que melhoram suas habilidades de processamento auditivo. As escolas em que as crianças estudam também recebem orientações específicas visando auxiliar o tratamento e melhorar a relação com os alunos.

Segundo Debra Burnett, professor e fonoaudiólogo especialista em DPAC do Centro de Estudos da Família da Universidade do Kansas, "Em vez de dar as diretrizes gerais para as escolas, que são capazes de falar sobre as necessidades específicas das crianças e seus pontos forte. Somos capazes de transmitir aos educadores estratégias muito específicas para lidar com o transtorno, porque nós começamos a conhecer as crianças, sabemos de suas dificuldades e acompanhamos o seu progresso." disse Burnett.

No final do programa é executado um pós-teste para avaliar os resultados obtidos e identificar as mudanças no paciente. Os pesquisadores, até o momento, viram resultados positivos com esta nova abordagem para o tratamento do transtorno. Segundo os cientistas, todas as crianças que passaram pelo programa tiveram melhoras significativas nas áreas tratadas. Em áreas que os pesquisadores não "trataram", as crianças não apresentaram nenhuma mudança, mas também não ouve piora do caso. "Com base nesses resultados, nosso programa está mostrando os primeiros sinais de ser eficaz. Percebemos um benefício direto das crianças
tratadas por este novo programa que integra médicos, fonoaudiólogos, pedagogos e a família. ", disse Burnet
.
Algumas das atividades de treinamento do processamento auditivo desenvolvidas com as crianças durante o programa de EARSS são:


- Treinamento da fonêmica para trabalhar a capacidade do cérebro de processar sons da fala;
 - Treinamento de palavras em ruído, que busca trabalhar a capacidade do cérebro de processar a fala com ruído de fundo;
 - Treinamento da síntese fonêmica que trabalha a capacidade do cérebro de processar sons da fala por meio de palavras.

Sobre a Pesquisa

Após participar de uma conferência da American Speech-Language Hearing Association (ASHA) sobre maneiras de incorporar fonoaudiólogos e outros especialistas em terapia para o transtorno do DPAC, Burnett e seus colaboradores iniciaram o programa.

Inicialmente sete crianças com idade entre 8 e 14 anos, diagnosticadas com o DPAC foram selecionadas para o programa que durou em média 06 meses. Após estudos iniciais e testes as crianças passaram pelo programa desenvolvido. Com resultados positivos o programa foi estendido a toda comunidade do Kansas que foram diagnosticadas com o transtorno. Após um ano e meio de implantação do programa, os envolvidos relatam resultados extremamente positivos.

Os pesquisadores, que estão preparando os resultados numéricos do programa, agora planejam publicar os dados em revistas especializadas, além de continuar oferecendo o programa à população, sempre visando melhorar a terapia aplicada.


Sobre o DPAC:

Considerado uma neuropatia auditiva, sendo uma falha do sistema nervoso central, o Déficit do Processamento Auditivo Central - DPAC é uma falha na percepção auditiva, mesmo em pessoas com audição normal. Totalmente diferente da perda auditiva, em geral está associado a dificuldades de aprendizagem e a dislexia. Neste sentido, o DPAC está relacionado com a maneira com que o cérebro decodifica e processa as informações recebidas.

Pessoas com este distúrbio auditivo escutam os sons, mas têm dificuldades de entendê-los, armazená-los e
localizá-los. As informações são ouvidas normalmente, mas há uma deficiência neurológica que prejudica a compreensão das informações.








4 comentários:

  1. olá, adorei a reportagem, eu tenho DPAC, descobri esse disturbio com 16 anos e hj eu tenho 26 anos, há 10 anos que vivo em terapia no dia a dia, fiz tratamento com fonoaudiologia, neurologista e psciologo, percebi uma grande melhora na minha vida, mas mesmo assim tenho que conversar com as pessoas ao meu redor, se eu tiver alguma dificuldade em alguma coisa simples ou não, todos que eu conheço nao sabem nem o que é isso, ai eu explicando as pessoas ate percebem pelo meu jeito de falar mesmo que algo esta errado. Mas agora estou no ultimo semestre de administração, passei por cada situação, mas tendo minha familia e a mim mesma eu sei das minhas dificuldades e me ajudo a cada situação do dia a dia.

    ResponderExcluir
  2. Olá Bruna, bom dia!

    Seu exemplo de convívio com o DPAC é muito bacana!
    Te convido a escrever uma matéria sobre isto, para publicarmos no blog.
    Você aceita?
    Abraços!

    ResponderExcluir
  3. Meu filho de 9 anos acabou de ser diagnosticado com DPCA! Foi um susto, mas vamos enfrentar juntos e tenho certeza de que ele vai se sair muito bem, tem uma equipe extremamente capacitada cuidando dele e uma ótima professora dando todo apoio necessário. Simone

    ResponderExcluir
  4. Meu filho de 08 anos recebeu o diagnóstico aos 07 anos, depois de uma avaliação neurológica (fono+psicólogos+neurologista), a orelha esquerda a compreensão é de somente 5%, ele está alfabetizado mas palavras complexas ainda tem muito dificuldades, faz acompanhamento com neurologista (DR. RUBENS WAJNSZTEJN) toma medicação TROFANIL 25MG 2X ao dia, e acompanhamento com a fono (cabine), ele está na "inclusão " pois ele não acompanha o ritmo da classe, mas tenho o apoio totalmente da escola e professoras, eu estudo com ele diariamente lendo livros pedindo que ele repita, é realmente muito difícil, mas tenho fé em DEUS que vamos vencer essa batalha, fiquei muito feliz em saber o depoimento da BRUNA que fez faculdade parabéns!!!

    ResponderExcluir