segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Aos mestres, com carinho!

Por poucos nutro admiração extrema e inigualável! 

Pelos demais, respeito inegável!


Há professores que passam por nossa jornada e são simplesmente, geniais! Quando penso em pessoas assim, dois nomes são fortíssimos em meu coração: Professora Doutora Maria Cristina Corazza e Dr. Caio Benetti!!!!




quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Neuroplasticidade e Educação.

Neuroplasticidade e Educação


Se o cérebro é plástico, mutável, como poderíamos aplicar esse conceito na educação? Não é a educação a prática social que objetiva mudar as pessoas, capacitá-las a realizar tarefas e comportamentos, ensiná-las a executar operações mentais sofisticadas e complexas e viver em sociedade segundo normas vantajosas para a coletividade? Mudar as pessoas é mudar o seu cérebro. Sendo assim, existiria uma ciência da educação? Neuroeducação? Em outras palavras: de que modo os avanços da neurociência poderiam ser aplicados na educação?
Muitos neurocientistas trabalham para esclarecer e viabilizar essa possibilidade, e já aparecem alguns resultados de pesquisa que nos autorizam a pensar em mecanismos cerebrais específicos envolvidos com os diversos aspectos relevantes para a educação.
Resultados recentes sugerem que há mecanismos cerebrais específicos envolvidos com a aprendizagem
Há poucos meses, a Fundação Dana, uma organização privada norte-americana dedicada a apoiar a ciência, a saúde e a educação, com ênfase particular na neurociência, lançou o número de 2010 de Cerebrum, um livro anual que debate os avanços e perspectivas dessa disciplina. Nessa edição, sobressai uma interessante discussão com vários especialistas sobre as relações entre as ciências do cérebro e a educação. Dentre os resultados relatados e discutidos nesse livro, dois me chamaram a atenção.
O primeiro refere-se ao processo conhecido como transferência próxima. São experimentos realizados por um grupo de neurocientistas liderados por Gottfried Schlaug e Krista Hyde, do Instituto de Neurologia de Montreal, no Canadá, e da Universidade Harvard, nos Estados Unidos.
O grupo de pesquisadores acompanhou durante 15 meses crianças de 6 anos de idade sob treinamento musical, comparadas a outras sem essa atividade. Mesmo nesse curto período foi possível detectar alterações cerebrais estruturais nas regiões motoras envolvidas com os instrumentos musicais empregados (teclados), nas regiões auditivas e no circuito de integração entre os dois hemisférios cerebrais.
Influência do treinamento musical no cérebro
As regiões apontadas pelas setas são aquelas que se modificam nas crianças sob treinamento musical durante 15 meses. À esquerda a área motora, à direita a área auditiva. Modificado de Hyde e colaboradores (2009).
A neuroplasticidade estrutural no cérebro de músicos adultos já havia sido demonstrada anteriormente, mas persistia a dúvida sobre se o fenômeno era causado pelo treinamento ou se esses indivíduos eram previamente dotados de maior volume cortical nas regiões associadas ao processamento musical. No experimento do grupo norte-americano, isso ficou esclarecido, pois o estudo comparou as imagens obtidas antes e depois de um treinamento musical de 15 meses.
O termo transferência próxima, utilizado acima, pode agora ser entendido: refere-se ao efeito do treinamento sobre regiões funcionais relacionadas à função aprendida. Nesse caso, as regiões motoras e auditivas são obviamente relacionadas à aprendizagem musical.
O segundo grupo de resultados é mais impressionante, mas menos bem documentado cientificamente. Aborda um processo mais sofisticado chamado transferência distante. Aqui, a influência do treinamento (educação) se dá sobre funções menos relacionadas (distantes).
O treinamento focalizado em música, dança ou teatro poderia fortalecer o sistema atencional do cérebro
Uma avaliação do estado-da-arte nesse aspecto da neuroplasticidade foi feita em Cerebrum 2010 por Michael Posner, professor emérito da Universidade de Oregon, e especialista nos mecanismos neurobiológicos da atenção.
O sistema em questão, neste caso, é o sistema atencional do cérebro, por meio do qual somos capazes de focalizar nossas operações cognitivas sobre um único alvo, e desse modo realizá-las de forma mais eficiente.
A ideia subjacente é que o treinamento focalizado em uma forma de arte que atraia fortemente o interesse de uma criança – música, dança, teatro – fortaleceria o sistema atencional do cérebro, repercutindo positivamente na cognição em geral. Para aprender, é preciso prestar atenção. E pode-se aprender a prestar atenção.

Roberto Lent
Instituto de Ciências Biomédicas
Universidade Federal do Rio de Janeiro
   
Sugestões para leitura:
F.H. Rauscher e colaboradores (1993) Music and spatial task performance. Nature vol. 365: p. 611.
E.G. Schellenberg (2004) Music lessons enhance IQ. Psychological Science vol. 15: pp.511-514.
K.L. Hyde e colaboradores (2009) Musical training shapes structural brain development. Journal of Neuroscience, vol. 29: pp.3019-3025.
Dana Foundation (2010) Cerebrum. Emerging ideas in brain science. Nova York: Dana Press, 222 pp.
M. Posner e B. Patoine (2010) How arts training improves attention and cognition. In Cerebrum 2010, pp. 12-22.
Fonte: http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/bilhoes-de-neuronios/a-educacao-muda-o-cerebro

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Projeto: Sacola da Leitura, desenvolvido por alunos do 5º ano A, da EMEF "Cel. Francisco Whitacker".

Este vídeo reproduz a apresentação realizada pelos alunos da escola, dentre eles há dois pacientes de Fonoaudiologia que se sairam extremamente bem.

A todos transmito meus parabéns! A evolução depende do empenho de cada um!

O projeto está inscrito no concurso COC-NAME "Transformando Vidas". 

Vamos assistir:


quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Desenvolvimento Intra-Uterino: 36 a 40 semanas!

Desenvolvimento do feto - 36 a 40 semanas

Está mais "gordinho".
O seu bebê está praticamente pronto para nascer. 
Estômago e rins funcionam agora perfeitamente; os pulmões estão totalmente desenvolvidos e prontos para respirar; o intestino já produziu mecónio (substância que será eliminada juntamente com as primeiras fezes); o corpo adquiriu uma boa camada de gordura.

Descansa bastante e prepara-se para o parto:
A pele do bebê já não é rugosa e fina como inicialmente, já se torna macia e delicada. Os cabelos já estão mais compridos. Nesta fase, os progressos mais interessantes ocorrem no desenvolvimento sensorial. A maior parte do tempo o bebê está a dormir e a descansar, como que se preparando para o nascimento.

Qual é o aspecto do bebê?
Finalmente é hora de nascer e o seu bebê está pronto para chegar ao mundo. 
Em média, o peso de um bebê no final da gestação é de aproximadamente 3300 gramas e o comprimento pode variar entre 48 e 52 centímetros.

Desenvolvimento Intra-Uterino: 20 a 36 semanas!

Desenvolvimento do feto - 20 a 28 semanas

20 a 24 semanas
Algo absolutamente novo começa a acontecer!
O seu bebê tem um ciclo de sono e vigília.
Por volta da 20ª semana, através da ecografia, poderá saber qual o sexo do seu bebê, pois, nesta fase já se consegue delinear os órgãos genitais com grande exatidão. Menino ou menina?

O bebê movimenta-se cada vez mais:
A futura mãe começará a sentir de forma cada vez mais intensa os movimentos do bebê. No início, a sensação pode ser comparável aos movimentos das asa de uma borboleta dentro da sua barriga.

A sua pele vai-se definindo:
A pele do bebê forma a chamada "vernix caseosa", uma película de gordura sobre a pele que tem a finalidade de a proteger. Começam a surgir de forma tênue as sobrancelhas, assim como os cabelos - fios finíssimos e brancos.

Qual é o aspeto do bebê?
Neste mês o bebê cresce bastante, podendo aumentar até 25 centímetros e pesar entre 340 a 500 gramas. Neste período o seu corpo já é todo bastante proporcional: cabeça-tronco-membros.

24 a 28 semanas
Está a desenvolver os seus quatro sentidos:
Neste mês, o seu bebê começa a envolver quatro dos seus cinco sentidos: audição, olfato, tato e paladar, A visão será o último dos sentidos a desenvolver-se.
O bebê já reage a estímulos externos, como a luz e a música e também entende os sons físicos produzidos pela própria mãe, como o bater do coração ou os ruídos intestinais.

Começam os socos e pontapés:
Prepara-se! Agora você vai começar a sentir tudo: Pontapés, socos e cotoveladas a farão vibrar de emoção.

Aumentar de peso:
Até agora o seu bebê era magrinho, mas nesta fase começa a acumular os primeiros depósitos de gorduras sob a superfície da pele.

Qual é o aspecto do seu bebê?
Ao completar este mês (sexto mês) o seu bebê terá, aproximadamente, 33 centímetros e cerca de 700 gramas. Provavelmente, já assumirá a chamada posição fetal, com os joelhos próximos da barriga e os braços sobre o peito.

28 a 32 semanas
O seu bebê está a se desenvolver ainda mais...
Nesta fase, o seu bebê já está bem formado. O sistema nervoso a aperfeiçoar-se cada vez mais e o cérebro está a ter um desenvolvimento acelerado. No final do sétimo mês, os pulmões começam a ter maior desenvolvimento e, se por algum motivo, nascesse agora, já teria grandes probabilidades de sobreviver.

Sente e reage:
Durante o sétimo mês, o seu bebê já consegue ter várias reações, como abrir e fechar os olhos e ter maior percepção da luz, distinguir entre o gosto doce e o amargo e responde a certos estímulos com choro.

Qual é o aspecto do bebê?
No final do sétimo mês, o seu bebê terá crescido bastante. Poderá pesar 1 a 1,3 quilos medindo de 37 a 40 centímetros. À medida que cresce vai ocupando mais espaço no útero.

32 a 36 semanas
Visão e audição desenvolvidos:
O ritmo de crescimento do bebê agora é mais rápido e a maioria dos principais órgãos já está a funcionar.Toda a estrutura dos olhos está perfeitamente desenvolvida (a íris apresenta uma coloração azulada).
A audição também já se desenvolveu e consegue reconhecer a voz da mãe e do pai, além de perceber melhor os sons mais graves que os agudos.

Vira-se de cabeça para baixo:
O espaço que o bebê agora ocupa já não é tão folgado, começando a posicionar-se de cabeça para baixo, assumindo uma posição mais confortável que manterá até a hora do nascimento. Por este motivo volta a pressionar, de alguma forma, a bexiga da mãe.

Os pontapés podem ser sentidos com maior frequência:
Os movimentos do bebê são bem mais ativos e conseguirá, inclusive, distinguir com que parte do corpo ocorreu o movimento.Mesmo com um espaço reduzido o bebê consegue dar pontapés, e bastantes!

Qual é o aspecto do bebê?
Ao final do oitavo mês, já bem desenvolvido, o seu bebê terá entre 45 a 47 centímetros e pesará aproximadamente 2250 a 2400 gramas.

Desenvolvimento Intra-Uterino: 04 a 20 semanas!

Mamãe e Papai:


Hoje iniciaremos, aqui no blog, a sequencia de desenvolvimento do Bebê, na vida dentro do útero da Mamãe.

As informações estão bastante simplificadas e resumidas, mas já podemos imaginar muita coisa!

É muito importante que tanto a mamãe quanto o papai entendam como, quando e o que acontece enquanto o filho está sendo gerado.

Ao entender melhor, os pais podem se esforçar para dar as melhores condições físicas e emocionais para o desenvolvimento desta criança.

Desenvolvimento do feto  - 4 a 20 semanas -

4 a 8 semanas
Óvulo e espermatozoide encontram-se:
Aproximadamente ao 14º dia do ciclo menstrual, o óvulo feminino é libertado pelo ovário e dirige-se ao útero através das trompas. Do encontro com o espermatozoide ocorre a fecundação.

O óvulo fecundado transforma-se em embrião:
Entre 6 a 8 dias após a concepção, o óvulo fecundado implanta-se no útero materno e passa a denominar-se embrião. Nesta fase, este é formado por algumas centenas de células que serão precursoras da formação de todos os futuros órgãos.

O inicio de uma vida aquática:
Devidamente acomodado no útero, o embrião começa a desenvolver os sistemas de formação da placenta e do cordão umbilical, que permitem a adaptação à vida aquática dentro do útero, até o momento do nascimento.

Qual é o aspecto do bebê?
Próximo do final do primeiro mês o seu bebê é, na verdade, uma minúscula "sementinha", menor que um grão de arroz, com aproximadamente 5mm. Nas duas semanas começará a formação do tubo neural ( do qual derivam o cérebro e a medula), do coração, do aparelho digestivo, dos olhos e orelhas, dos braços e pernas.

8 a 12 semanas
Começa a formação do corpo:
A partir da 5ª semana de gestação, o embrião apresenta um formato oval, parecendo-se já com a estrutura habitual final. Consegue- se perceber numa extremidade a formação do cérebro e no restante a formação da estrutura corporal e dos membros.

Um coração que bate:
É neste período que o coração do seu bebê começará a bater e começam a ser delineados os olhos, as orelhas, a boca e as fossas nasais. Está-se a formar o saco amniótico (juntamente com o líquido amniótico) que tem como função envolver o feto e protegê-lo durante toda a gravidez.

Os órgãos estão-se a formar:
Começa a formação dos dedos e também a definição da estrutura esquelética, inicialmente com a cartilagem e mais tarde com os ossos.
Inicia-se a formação do aparelho genital e dos órgãos da aparelho digestivo.

Qual o aspecto do bebê?
No final deste período, o feto tem aproximadamente 3cm de comprimento e pesa cerca de 10 gramas, tendo agora um aspecto " mais humano".
De 12 a 16 semanas
Inicia-se a formação das pálpebras:
Entre a 9ª semana e a 10ª a cabeça do feto já está bem delineada, parecendo ainda algo desproporcional em relação ao resto do corpo.
Neste período formam-se as pálpebras que irão proteger os globos oculares.

Um rápido desenvolvimento:
Já se começam a desenvolver outros órgãos. Os sistemas circulatórios e urinários já estão a funcionar, os órgãos genitais já se desenvolveram e o rosto já começa a ser modelado. No final da 10ª a 11ª semana, aparecerem sob a derme as terminações nervosas e o feto já consegue reconhecer os sons maternos de respiração, dos batimentos cardíacos e da voz.

O bebê move as mãos e os pés, e abre a boca:
O bebê começa a fazer os seus primeiros movimentos. Na ponta dos dedos já se visualizam as unhas e começa a movimentar continuamente pés e mãos, abrindo e fechando. Tem também já desenvolvido o reflexo de sucção, engolindo líquidos à sua volta.

Qual é o aspecto do bebê?
Próximo do final do terceiro mês o feto já aumentou de tamanho, medindo entre 6,25 e 7,5 cm e pesando entre 14 a 18 gramas.

De 16 a 20 semanas
Começam a crescer os primeiros cabelos:
Entre a 15ª e a 16ª semana o rosto começa a ficar melhor definido, com a formação da boca. A pele que se vai formando é lisa e transparente, e os primeiros cabelos começam a surgir. Como o bebê engole muito líquido amniótico, por vezes pode ter soluços. Poder-se-á também visualizar o bebê a chupar o polegar.

Ele faz xixi pela primeira vez:
A partir da 14ª semana, todos os órgãos internos do feto estão com as suas estruturas principais já formadas. O fígado começa a funcionar e os rins iniciam a produção de urina, que nesta fase, é muito diluída e formada principalmente por líquido amniótico

Formam-se 100 células nervosas por segundo:
Neste período, a produção de células nervosas começa a aumentar e as estruturas muscular e óssea prosseguem o seu desenvolvimento, fazendo com que o bebê comece a movimentar mais dentro do útero.

Qual é o aspecto do bebê?
Ao final do 4º mês, em média, o bebê mede 10-12 centímetros e o seu peso pode chegar às 220 gramas.
 

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Autismo Infantil: Três pontos a esclarecer!

O tema de hoje é autismo infantil.  

Um assunto que pode gerar muitas dúvidas e angústias.

Fita com desenho de peças coloridas de quebra-cabeças, símbolo do autismo

Por isto é importante esclarecer três pontos:

1. O que é o autismo?     


O autismo infantil é um distúrbio crônico que afeta principalmente três áreas do desenvolvimento da criança: a socialização, a comunicação através da linguagem e o comportamento na execução de várias atividades. Estes sinais aparecem antes dos três anos de idade.

2. Quando suspeitar? Quais são os sinais de alerta?

O diagnóstico de autismo é puramente clínico. Isto quer dizer que não há exames laboratoriais que o comprovem. Por isso, não deve haver banalização do diagnóstico. Só um profissional habilitado é que pode definir se uma criança é ou não portadora de autismo. Seguem abaixo algumas características da criança autista:

- Dificuldade de relacionamento com outras pessoas: a criança autista não olha nos olhos, prefere ficar e brincar sozinha e com frequência busca o isolamento. Não gosta de compartilhar prazer, interesses ou realizações. Não há reciprocidade emocional, isto é, a criança não reage a um apelo emotivo.

- Dificuldade para falar e falta de interesse em se fazer entender por mímica ou linguagem corporal. As crianças que já falam tem dificuldade em manter uma conversa.

- Repetição de padrões nas brincadeiras, isto é, movimentos repetitivos com brinquedos como, por exemplo, formar filas ou ficar rodando os pneus de um carrinho. Gestos constantes e repetitivos de partes do corpo também são observados, como por exemplo, torcer várias vezes os dedos das mãos.

Mais uma vez lembro que o diagnóstico é complexo e deve ser feito preferencialmente por uma equipe de profissionais especializados como psiquiatra, neurologista, fonoaudiólogo, pedagogo e psicólogo. O autismo é um transtorno que tem gradações e pode ser leve, moderado ou grave.

3. O que fazer depois do diagnóstico? Há tratamento com remédios?

Aí é que está. O tratamento com remédios é bastante restrito e algumas medicações são indicadas apenas em situações específicas. O mais importante é orientar a família e estimular a criança, tentando readaptá-la ao meio social. Isto pode parecer fácil, mas não é.

Por isso, quanto antes os sintomas são identificados mais rapidamente as intervenções podem começar e mais eficiente é o tratamento. E o diagnóstico precoce só ocorre quando as pessoas que cuidam das crianças – pais, professores, família, amigos ou médicos, por exemplo - estão atentos e tem conhecimento destes sinais. Conhecimento é um de nossos bens mais preciosos.
Fonte: Dra. Ana Escobar (Pediatra - Formada na Faculdade de Medicina da USP - Consultora do Programa "Bem Estar")

terça-feira, 3 de julho de 2012

Como ensinar a seu filho que ler é um prazer?


Dicas para incentivar seu filho a ler todos os dias e, assim, ter amor pelos livros:

Pesquisas do mundo todo mostram que a criança que lê e tem contato com a literatura desde cedo, principalmente se for com o acompanhamento dos pais, é beneficiada em diversos sentidos: ela aprende melhor, pronuncia melhor as palavras e se comunica melhor de forma geral. Por meio da leitura, a criança desenvolve a criatividade, a imaginação e adquire cultura, conhecimentos e valores.).
A leitura frequente ajuda a criar familiaridade com o mundo da escrita. A proximidade com o mundo da escrita, por sua vez, facilita a alfabetização e ajuda em todas as disciplinas, já que o principal suporte para o aprendizado na escola é o livro didático. Ler também é importante porque ajuda a fixar a grafia correta das palavras.

 1-    Quais são os benefícios da leitura?
Segundo o Ministério da Educação (MEC) e outros órgãos ligados à Educação, a leitura:
Desenvolve o repertório: ler é um ato valioso para o nosso desenvolvimento pessoal e profissional. É uma forma de ter acesso às informações e, com elas, buscar melhorias para você e para o mundo.
Liga o senso crítico na tomada: livros, inclusive os romances, nos ajudam a entender o mundo e nós mesmos.
Amplia o nosso conhecimento geral: além de ser envolvente, a leitura expande nossas referências e nossa capacidade de comunicação.
Aumenta o vocabulário: graças aos livros, descobrimos novas palavras e novos usos para as que já conhecemos.
Estimula a criatividade: ler é fundamental para soltar a imaginação. Por meio dos livros, criamos lugares, personagens, histórias.
Emociona e causa impacto: quem já se sentiu triste (ou feliz) ao fim de um romance sabe o poder que um bom livro tem.
Muda sua vida: quem lê desde cedo está muito mais preparado para os estudos, para o trabalho e para a vida.
Facilita a escrita: ler é um hábito que se reflete no domínio da escrita. Ou seja, quem lê mais escreve melhor.

2-    Quando começar a ler para o meu filho?
As pesquisas mostram que quem começa a ler cedo tem mais chances de se tornar um leitor assíduo. Mostram também que o contato com narrativas melhora o futuro desempenho da criança. Por isso, leia ou conte as histórias que você conhece  para seu filho desde bebê. É importante usar a entonação e a emoção!

3-    Como incentivar meu filho a ler?
Pequenos passos, como deixar os livros ao alcance das mãos e ler pelo menos 20 minutos por dia, fazem toda a diferença. Algumas dicas práticas:
Dê o exemplo e leia você também. É bom para você e excelente para seu filho, que seguirá seu modelo naturalmente.
 Deixe os livros à mão para ele folhear e inventar histórias. Livros têm de ser vividos, usados, não podem parecer objetos sagrados.
Reserve um horário para a leitura e transforme em um momento de prazer. Aconchegue-se com seu filho, leia para ele, mostrando as palavras. Quando ele crescer, ajude-o na leitura.
Frequente livrarias e bibliotecas. Dê livros, gibis ou revistas de presente.
Comente sempre o livro com ele. Incentive-o a falar da história e contá-la para outras pessoas.
Empreste livros para os amiguinhos dele. Estimule a troca e as conversas. Estimule atividades que usem a leitura - jogos, receitas, mapas.


4-    Como escolher um livro para meu filho?
Livros com temas atraentes e linguagem adequada para cada idade são garantia de diversão. "Para conquistar os pequenos leitores, é preciso recomendar livros pelos quais eles se interessem. Tomando o cuidado, claro, de escolher obras que proponham algum tipo de reflexão e que sejam bem escritas", diz Ana Elvira Casadei Iorio, professora do Colégio São Luís, de São Paulo (SP).
Cuidado para não forçar a barra - nunca obrigue a leitura nem indique obras impróprias para a sua faixa etária. "Se começarmos exigindo que eles leiam livros mais sérios e pesados, podemos perder o leitor", completa a professora.

5-    Por que é importante que eu leia para meu filho?
A leitura estreita o vínculo familiar, afinal, trata-se de uma experiência compartilhada.
Lendo, você ri e se emociona, mostra à criança seu lado humano e capta os sentimentos dela. Quem não se lembra da cena do filme "ET - O Extraterrestre" em que a mãe lê "Peter Pan", clássico de James M. Barrie, para a pequena Drew Barrymore: "Se você acredita em fadas, bata palmas!". E as duas batem palmas animadamente. Só Spielberg para mostrar tão bem esse momento de intimidade e alegria em família.

6-    Quanto tempo eu devo ler para meu filho?
Não é preciso ler por muito tempo, mas é importante inserir a leitura na rotina da criança e da família.

7-    Como deve ser a leitura para crianças pré-alfabéticas?
Compartilhar uma história já é uma forma de leitura. "O fato de a criança ainda não saber ler convencionalmente não significa que não possa presenciar das mais variadas situações de leitura", explica Clélia Cortez, coordenadora pedagógica do Colégio Vera Cruz, em São Paulo (SP). Nesta situação, o adulto é um mediador entre a criança e o livro, ou seja, é ele quem lê para ela, de preferência com entonação e emoção. "Neste momento, o que interessa é o prazer pela leitura e o afeto que envolve o momento", reforça Clélia Cortez.
Muitos dos livros para crianças em fase de pré-alfabetização são verdadeiros brinquedos. Coloridos e dobráveis, eles são muito lúdicos, o que estimula o gosto pelos livros. "Desde pequenas, as crianças devem se sentir motivadas a ler. Elas precisam perceber a leitura como um desafio interessante e prazeroso", completa Clélia Cortez.

8-    Como escolher um livro para criança?
É importante atentar para a adequação entre a idade da criança e a faixa etária indicada no próprio livro. Indicações de parentes, amigos e principalmente, educadores, ajudam - e muito.
É válido considerar também os temas que interessam mais aos pequenos leitores. Outro aspecto fundamental é apresentar às crianças narrativas simples, porém ricas - afinal os textos precisam ter vocabulário acessível, mas não podem subestimar o pequeno leitor. "Embora possa ser menor, a narrativa tem uma riqueza na construção da linguagem, até porque as crianças dessa idade estão em processo de construção da oralidade e precisam ter boas referências. A linguagem está relacionada com o pensamento, por isso a importância de oferecer ricas narrativas", diz Clélia Cortez, coordenadora pedagógica do Colégio Vera Cruz, em São Paulo (SP).

9-     Como escolher um livro para adolescente?
Para os mais velhos, vale a pluralidade de gêneros literários e finalidades - livros para divertir, para imaginar, para conhecer outras culturas, para estudar; livros que abordem valores e boas atitudes, que tenham personagens com os quais eles se identifiquem.
O principal é, de novo, que tragam boas referências. "É nessa fase que os alunos estão começando a produzir seus próprios textos", diz a Lara Pecora Polazzo, professora do Colégio Santa Maria, de São Paulo (SP).
10-A leitura ajuda a aumentar o vocabulário?
Sim, a leitura ajuda a aumentar o vocabulário, pois familiariza a criança com a palavra escrita e, de quebra, ajuda a fixar a grafia correta das palavras e a construção harmônica das frases.
Textos com estrutura de repetição costumam ser muito apreciados pelas crianças. São fáceis de memorizar e ainda possibilitam a identificação das palavras repetidas, o que é importante para a alfabetização. "Ao acompanhar a leitura das palavras de um livro, a criança, mesmo que ainda não seja alfabetizada, vai sendo introduzida no mundo das letras", afirma Célia Cortez, coordenadora pedagógica do Colégio Vera Cruz, em São Paulo (SP).

11-Como diferenciar um livro ruim de um bom?
Em tese, toda leitura é bem-vinda. Ter contato com obras de diferentes estilos é fundamental. "Livros para divertir, para imaginar, para conhecer outras culturas, para estudar; livros que abordem valores e boas atitudes, que tenham personagens com os quais as crianças se identifiquem", afirma Lara Pecora Polazzo, professora do Colégio Santa Maria, de São Paulo (SP).
Por isso, não há problemas em ler com interesse - compulsão, até - best-sellers como Crepúsculo ou Harry Potter. Mas os pais têm obrigação de intermediar o contato do filho com outras experiências literárias. "A orientação de um leitor mais experiente é muito importante", diz Neusa Sallai, professora do Colégio Rio Branco, de São Paulo (SP).

12-É importante que eu mesma leia?
Sim, pois o hábito da leitura é contagiante. Se os pais, vez ou outra, ficam quietinhos, mergulhados num bom livro, a criança com certeza receberá a mensagem: ler é gostoso. Por isso, dê o bom exemplo.
Quer que seu filho leia mais? Então faça o mesmo e comece a substituir alguns momentos em frente à TV pela leitura.
Sempre que estiver lendo um jornal, chame seu filho para ver algo interessante que você encontrou. Pode ser uma tirinha engraçada, uma imagem ou uma notícia do interesse dele.
Não sabe que programas fazer com as crianças? Frequente livrarias. Deixe seus filhos folhearem os livros, leia histórias para eles e, quando possível, leve algum para casa. E, mesmo que você possa, não compre muitos num só dia. Procure manter o hábito de voltar lá outras vezes e levar um por vez.

13-Quantos livros meu filho deve ler por ano?
Segundo a Câmara Brasileira do Livro (CBL), cada brasileiro lê pouco mais de dois livros por ano. Na Inglaterra, que tem um dos melhores sistemas de ensino do mundo, a média chega a cinco livros anuais.

14-Eu não tenho dinheiro para comprar livros. O que eu faço?
Para quem não compra livros porque são caros, é hora de abandonar a desculpa: a maioria dos brasileiros não precisa, necessariamente, gastar aos montes nas livrarias.
Segundo dados do IBGE, 85% dos nossos municípios possuem bibliotecas públicas e bem equipadas! Acostume-se a frequentá-la com o seu filho e mostre quanta coisa interessante ele pode descobrir com os livros.

- Fonte: Educar Para Crescer 2012 -

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Dicas para organizar o tempo de (e com) seus filhos!

Horários, prazos e obrigações. Se administrar as atividades cotidianas já não é fácil para os adultos, imagine para as crianças! Durante a vida escolar, as lições de casa, os trabalhos e as provas se tornam cada vez mais frequentes, exigindo dos alunos organização e planejamento. A falta de uma rotina pré-estabelecida muitas vezes compromete o aproveitamento do aluno. Para que isso não aconteça, é preciso a colaboração dos pais. "O auxílio dos adultos na organização é crucial. São necessárias conversas para que os combinados sejam retomados e revistos, se for o caso", alerta Rita de Cassia Gallego, professora doutora da Faculdade de Educação da USP.

Para que a organização do tempo funcione, é preciso pensar nas reais demandas do dia a dia do estudante e da casa. Isso não significa que os filhos devam seguir a rotina dos pais, ao contrário, é essencial para o desenvolvimento que as crianças aprendam a lidar com as questões pessoais e assim construam seus próprios horários.
Não adianta os pais implantarem um padrão de rotina que massacre o estudante. É preciso ser certeiro e fazer com que a rotina auxilie e não martirize a todos. "Se a organização dos estudos estiver atenta para as fragilidades e as potencialidades das crianças, poderá favorecer o desempenho da criança nas aulas", completa.
 
 1- Hora de fazer a agenda:
O estabelecimento de horários combinados para as atividades pode ser determinante para o funcionamento da rotina. "Assim, as próprias crianças sabem de seus deveres previamente combinados e podem cumpri-los", acredita Rita de Cássia Gallego, professora doutora da Faculdade de Educação da USP.

A rotina do estudante, contudo, não precisa ser imposta pelos pais. Pode - e deve - ser determinada conjuntamente. Perguntar para o jovem como é o seu dia desde que levanta e mostrar algumas opções de organização é interessante e mostra aos pais a visão que os filhos têm do próprio dia a dia. A pedagoga Virgínia de Ávila, da Unesp, aconselha que os pais comecem a negociação de uma rotina ponderando junto aos filhos o que deve vir primeiro no horário diário: os estudos ou o lazer. "Dependendo da resposta e das preferências de cada um é possível adequar o horário de estudos. O cuidado com o cotidiano deixa as crianças mais seguras e confiantes", explica.

É possível até transformar esse momento de organização em algo agradável. "Uma sugestão simples é fazer um quadro com a rotina, colorido, personalizado... Depois de realizado, ele pode ser colocado num lugar visível, na agenda, na geladeira, na porta do guarda-roupa, enfim...", completa Virgínia de Ávila.

2- Hora de organizar o espeço:
O ambiente em que os estudos acontecem também interfere diretamente na organização diária. "A criança aprende a organizar o seu tempo tomando como base o modelo adulto que dispõe. O recinto familiar deve oferecer condições para que ela aprenda a se organizar e sentir a necessidade dessa organização", diz a pedagoga Virgínia de Ávila, da Unesp.

Portanto, manter a casa organizada, disponibilizar um espaço adequado para os estudos, sem barulho, bagunça e distrações é muito importante. Para a criança criar a própria organização é pré-requisito conviver em um ambiente também organizado.

O material também deve estar arrumadinho -- antes e depois das tarefas. "Arrumar a mochila e ver se está tudo em ordem e limpo, olhar os cadernos e observar se não ficou nada incompleto são atividades que podem ser feitas durante o horário de estudos em dias mais livres e que estimulam a organização", completa a pedagoga.

3- Hora de extravasar:
Muitos são os estudantes que, além dos deveres da escola, se ocupam de atividades extracurriculares. Balé, natação, música, futebol e outros cursos podem, sim, complementar a formação. Mas essas atividades complementares jamais podem se tornar um peso excessivo no dia a dia das crianças e dos adolescentes. A sobrecarga de tarefas pode ser tão ruim ou até mesmo pior do que a falta delas.

É importante que o desejo de realizar determinada atividade parta das crianças e não dos pais. "O interesse da criança deve ser respeitado pelos pais. Nem sempre a atividade que os adultos julgam ser a melhor, é melhor de fato", diz a pedagoga Virgínia de Ávila, da Unesp. "As atividades extracurriculares só são benéficas quando o estudante expresse satisfação em sua realização e demonstre que tem aprendido", alerta Rita de Cássia Gallego, professora doutora da Faculdade de Educação da USP.

O aprendizado que cada atividade oferece deve ser levado em conta. "É relevante que se avalie se a escolha da atividade traz, de fato, contribuições na formação da criança, caso contrário, é preciso avaliar as alternativas e mudar de atividade para que as atividades extracurriculares representem realmente um benefício", diz Rita de Cássia Gallego.

4- Hora de brincar:
A brincadeira não pode ficar de fora e também precisa ter seu horário garantido dentro do dia a dia das crianças e dos jovens. É importante que a rotina seja bem pensada para que não haja sobrecarga de atividades e que seja garantido um tempo para o lazer. "A dedicação de parte do dia para a brincadeira e ao lazer traz prazer, desafios, descontração, o que é fundamental, inclusive, para a realização das atividades previstas pela escola ou outras que exigem concentração e disciplina", explica Rita de Cássia Gallego, professora doutora da Faculdade de Educação da USP. Organize a rotina de modo que tudo esteja previsto e combinado com a criança para que ela não seja uma mera cumpridora de tarefas.

5- Hora da escola:
Uma parceria entre pais e educadores pode ser ainda mais benéfica para o aluno. "A escola pode ajudar os alunos na condução dos seus estudos em casa. Como? Criando rotinas e fazendo avaliações que sirvam para trabalhar as dificuldades notadas e para evidenciar as melhoras e as conquistas de objetivos", explica Rita de Cássia Gallego, professora doutora da Faculdade de Educação da USP.

O retorno das duas partes é essencial. "Quando a escola detecta algum problema os pais devem ser chamados e, juntos, a escola e a família devem buscar estratégias para a solução das dificuldades", diz a pedagoga Virgínia de Ávila, da UNESP. "Da mesma forma, os pais devem notificar as dificuldades observadas na realização das atividades em casa para que os professores, assim, tomem providências em sala de aula", completa.

6- Hora de dormir:
O sono também deve fazer parte de uma rotina regrada. Dormir bem e no horário certo influi no dia a dia e pode até mesmo ajudar no aproveitamento escolar. "Um ambiente estruturado, ou seja, com horário para dormir, acordar, fazer a higiene e as refeições repercute positivamente no desenvolvimento das crianças. A regularidade dá o equilíbrio necessário para o desempenho de diversas tarefas ao longo do dia", explica a pedagoga Virgínia de Ávila, da UNESP. "A incorporação de hábitos auxilia no cumprimento das diferentes tarefas realizadas em sala de aula".

7- Hora de ponderar:
Na tentativa de ajudar os filhos, muitos pais acabam tornando o acompanhamento escolar excessivo. Participar é essencial, porém é preciso tomar cuidado para que esta prática não se torne uma tutela. Acompanhar as lições, dar sugestões nos trabalhos, tudo isso faz parte, mas ficar em cima e principalmente fazer por eles são coisas que não podem acontecer, caso contrário, a criança não desenvolve responsabilidade e autonomia. Por outro lado, impor as regras e, depois, sair fora também não resolve. "Não basta estabelecer a rotina com o filho e achar que isso é suficiente para que a criança se organize. O acompanhamento desses momentos a serem dedicados aos estudos permite perceber em que ocasiões a presença dos pais é mais importante", explica a professora Rita de Cassia Gallego.

Fonte: Educar Para Crescer

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Motivos para ler e escrever! Dicas para os pais auxiliarem na alfabetização dos filhos!!!

Queridos leitores, os cartazes abaixo são distribuidos e divulgados pelo site Educar Para Crescer.






















"Você sabia que os pais também podem ajudar na alfabetização de seus filhos? Isso mesmo! Mas não se preocupe, pois não se trata de ter de ensinar formalmente a criança a ler e a escrever, função esta do professor. Você pode, isso sim, tornar o ambiente de convivência da criança repleto de atos de leitura e escrita, de forma a inseri-la desde cedo no mundo das letras. Em suma, deixar o ambiente doméstico mais alfabetizador. "Isso acontece quando, por exemplo, a mãe deixa bilhetinhos na porta da geladeira, apontando a finalidade do ato para a criança: ‘vamos deixar esse recadinho para o papai avisando-o que iremos nos atrasar para o jantar’. Ou quando, antes de começar um novo jogo (de tabuleiro, por exemplo), ela propõe ao filho que eles leiam as regras juntos", exemplifica a educadora Cida Sarraf, que leciona no curso de pedagogia do Centro Universitário Salesiano e da Faculdade Mozarteum, ambos em São Paulo.

Maria Claudia Sondahl Rebellato, assessora pedagógica na produção de material didático em Curitiba-PR, acredita que, quando a criança é inserida nessas atividades rotineiras, ela acaba percebendo a função real da escrita e da leitura, e como elas são importantes para a nossa vida. E, dada sua curiosidade nata, ela vai querer participar cada vez mais e buscar o conhecimento dos pais.

A criança que cresce em constante contato com a leitura e a escrita acaba se apropriando da língua escrita de maneira mais autoral e adquirindo experiências que vão fazer a diferença na hora de ela aprender a ler e a escrever efetivamente. "Isso explica o fato de, numa mesma sala de 1º ano, professores se depararem com algumas crianças praticamente alfabetizadas e outras que sequer entendem a função do bilhetinho na porta da geladeira ou que a linguagem escrita se relaciona com a oral, porque viveram experiências muito discrepantes em casa", argumenta Cida Sarraf. "

Dicas retiradas do site para que os pais auxiliem na alfabetização dos filhos:

1- Deixar bilhetes ou escrever cartas!                                                                                                    
Que outra função tão importante tem a escrita que não a de comunicar? Pois desde bem cedo a criança pode perceber isso, pelas atitudes dos pais. Deixe recadinhos na porta da geladeira, escreva cartas e estimule-a a fazer o mesmo (mesmo que saiam apenas rabiscos. Lembre-se: nessa fase do desenvolvimento, não se erra, se tenta acertar). 'Vou escrever uma carta para a vovó contando como estamos. O que você quer que eu conte para ela?'. Recebeu uma carta ou encontrou um recadinho em casa? Leia em voz alta. "Procure incluir a criança sempre que uma situação de comunicação escrita se apresentar na casa", aconselha a educadora Maria Claudia.

2- Preparar receitas culinárias na presença da criança!
Num ambiente alfabetizador, é importante que a família chame a criança, desde muito cedo, para participar de algumas ações, de forma que ela presencie o contato com a língua escrita, percebendo suas várias funções. Na culinária isso pode acontecer de maneira descontraída e divertida. Durante a receita de um bolo, por exemplo, vá perguntando para a criança: "Vamos ver o que falta colocar? Ah, ainda preciso colocar 3 ovos, está escrito aqui".

3- Ler histórias!
Ler para a criança pequena tem muitos benefícios e, num ambiente alfabetizador, é a primeira exigência a ser feita, pois é por meio de pais e professores que a criança passa a ter contato com a língua escrita. "Quando a mãe lê uma história para a criança, ela é leitora junto com a mãe", acredita Maria Claudia Rebellato. Leia com frequência para seu filho: gibis, revistas, contos de fadas... Leia mais de uma vez o mesmo livro, pois isso é importante para a criança começar a recontar aquela história depois, no papel de leitora, inclusive passando as páginas do livro corretamente.
O que pouca gente lembra é que o ato de leitura deve começar muito cedo, com crianças que ainda estão longe de serem alfabetizadas. "É assim que os pequenos vão percebendo a relação entre as linguagens oral e falada; vão identificando as várias funções da escrita, para que serve cada gênero textual; e vão se tornando leitores e escritores", coloca a especialista. Ao ouvir histórias, a criança acaba percebendo que a leitura é feita da esquerda para a direita (importante para o momento em que ela vai começar a riscar), consegue diferenciar o que é texto do que é desenho, começa a notar que as palavras são escritas separadamente formando frases que fazem sentido e a adquirir noção de volume de texto. "É comum, por exemplo, a criança perceber quando a mãe está pulando trechos da história (geralmente porque ela já está cansada e quer dar uma resumida na historinha). A criança vira e fala ‘tem mais coisa aí, mamãe’. Isso mostra que ela está já está amadurecendo como leitora e, embora ainda não leia, já faz o que chamamos de pseudoleitura", observa a Maria Claudia.

4-  Ser um modelo de leitor!
Essa é a premissa mais básica de qualquer ambiente alfabetizador. A criança forma valores a partir de bons modelos e, assim, ter pais leitores é fundamental para ela aderir à leitura. "Estante de livro não pode parecer santuário. As crianças têm de observar que os pais estão sempre mexendo ali, escolhendo um livro, lendo-o e comentando-o com a família", acredita Cida Sarraf. E não apenas os livros. A leitura de revistas e jornais também tem de ser um hábito dos pais.
Os pais também têm de prestar atenção ao ambiente em que fazem sua leitura, passando a impressão de que ler é prazeroso, mas também é coisa séria. O ambiente deve ser tranquilo, sem muitos ruídos, com boa iluminação, e deve-se sentar com a postura corporal correta, para não se cansar rapidamente.

5- Explorar rótulos de embalagens!
Alguns produtos são recorrentes na dispensa de nossas casas e as crianças acabam se acostumando com a presença deles. Aproveite momentos de descontração, como durante as refeições, para ler os rótulos junto com seu filho. "Com o tempo, ele começa a ler por imagem, por associação. Ele pode ainda não estar alfabetizado, mas já sabe o que está escrito naquela embalagem", explica a especialista Maria Claudia Rebellato. Segundo ela, os rótulos são interessantes de serem lidos porque, na maioria dos casos, são escritos em letra CAIXA ALTA, que é a qual a criança assimila antes da letra cursiva.

6- Fazer lista de compras com seu filho!                                                                                                 
Esta aí uma tarefa pra lá de corriqueira: fazer a lista de compras do supermercado. Num ambiente alfabetizador, o momento pode ser aproveitado: chame a criança para preencher a lista com você e faça com que ela perceba que você anota no papel as coisas que irá comprar, para consultar lá no mercado (uma forma de ela relacionar a linguagem oral com a escrita). Vá conversando com ela: "Vamos anotar para não esquecer. O que mais vamos ter de comprar? Então, vamos escrever aqui". Deixe que ela acompanhe com os olhos o que você está escrevendo e vá falando em voz alta.

7- Aproveitar as situações da rua!

Placas de trânsito, destino de ônibus, outdoors, letreiros, panfletos, faixas... onde quer que frequentemos estaremos sempre em contato com o mundo letrado e é ótimo que os diferentes elementos sejam aproveitados com a criança. "Dá para levar em forma de brincadeira. 'Olha filho, tem uma placa igual a essa em frente à nossa casa. Sabe o que está escrito nela?'’ ou ainda 'Olha, filho, esse ônibus vai para Cajuru. Cajuru também começa com Ca, igual o nome da mamãe, Carolina'. É por meio dessas situações que a criança vai percebendo as diferentes funções da escrita e fazendo associações", acredita Maria Claudia. Segundo ela, é uma forma não de ensinar/aprender, mas de brincar com as letras, com as palavras, com a escrita e a leitura.

8- Fazer os convites de aniversário com as crianças!
Escrever nos convitinhos de aniversário é uma etapa da festa da qual a criança precisa participar. Pergunte a ela: "o que teremos de escrever nos convites? Precisamos dizer onde vai ser e a que horas". Isso pode ser feito desde o primeiro aniversário da criança, repetindo nos anos seguintes, até chegar a vez em que ela própria irá querer escrever sozinha, com sua letrinha.
Outra atitude interessante é escrever cartões de aniversário ou de casamento na frente da criança. "Esses nossos amigos irão se casar. Vamos escrever uma mensagem a eles para enviar junto com o presente?". A situação pode ser corriqueira para você, mas para a criança tudo é novidade. Participe-a desses momentos. Nos aniversários das pessoas da família, incentive-a a escrever algum cartão, mesmo que ela faça apenas desenhos. Pergunte que mensagem ela quis passar e em seguida faça um elogio ao seu trabalho.

9- Montar uma agenda telefônica!
A agenda telefônica é um bom objeto a ser explorado com as crianças. Ela mostra, claramente, o que é texto e o que é número, com a função de cada um deles. O texto é usado para escrever o nome das pessoas ou dos lugares, enquanto o número é utilizado para informar o telefone. No dia a dia, chame a criança para observar essa diferença. "Olha filho, deste lado ficam os nomes das pessoas e deste o número do telefone delas. Vamos ver qual o número da casa da titia?".

10- Apontar outros materiais escritos!                                                                                                   
Brinquedinhos com palavras e números, calendários, jogos de computador, álbum de fotografia com legendas, scrapbook, tudo isso pode estar no ambiente de convivência da criança, mas... desde que realmente sejam usados por ela, e não funcionem como meros enfeites do seu quarto. "A criança tem de perceber a função de cada um dos elementos que é posto para ela", reitera Cida Sarraf. Houve um tempo em que pais e professores acreditavam que bastava etiquetar os objetos (etiqueta com a palavra cama na cama, com a palavra armário no armário) para as crianças se familiarizarem com a língua. Mas as pesquisas mais atuais mostraram que os diversos gêneros textuais precisam estar presentes e serem usados dentro de uma função comunicativa. Portanto, quando for montar um álbum com fotos de uma viagem, chame a criança para legendar cada foto com você. "Você lembra como se chamava este lugar? Vamos escrever aqui para sabermos daqui a um tempo".

11- Respeitar o rítmo da criança!
Sabe o que mais pode ajudar na alfabetização de seu filho? Compreender o seu ritmo! Isso mesmo. Investir no ambiente alfabetizador é importante para que as crianças ganhem mais intimidade com a língua escrita (e dessa forma encontrem menos dificuldade quando estiverem aprendendo a ler a escrever), mas isso não quer dizer que o processo será, necessariamente, acelerado, e é importante que os pais tenham isso em mente. Lembre-se: começar a ler e a escrever mais tardiamente não representa problema de aprendizagem ou falta de inteligência. Na maioria dos casos, significa apenas que a criança ainda não atingiu um nível necessário de maturidade. Segundo Maria Claudia, a criança fica um tempo absorvendo muita informação e de repente dá uma decolada, mostrando que conseguiu entender o processo. "É literalmente um 'click', mas que acontece em momentos diferentes para cada criança", ela sintetiza.

 

A Resolução nº452, para que o Ministério da Saúde inclua a Classificação Internacional de Funcionalidade e Incapacidade (CIF) foi aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS)



CIF é uma ferramenta que visa a oferecer ao paciente um acompanhamento mais 
qualificado à sua saúde.

O Conselho Nacional de Saúde aprovou a Resolução nº 452 para que o Ministério da Saúde inclua a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade (CIF) e Saúde no Sistema Único de Saúde. A implementação da CIF deverá ser utilizada nas investigações de resultados sobre bem-estar, qualidade de vida, acesso aos serviços e impacto dos fatores ambientais na saúde das pessoas.

 

 A CIF será ainda uma ferramenta estatística na coleta e no registro de dados. Servirá ainda como instrumento clínico para avaliar necessidades e compatibilizar os tratamentos com as condições específicas, ampliando a linha de cuidado. O texto da Resolução nº 452 foi proposto pelo Grupo de Trabalho (GT) formado por conselheiros nacionais de saúde, representantes do Ministério da Saúde e de outras áreas.
Para a representante do Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa) nesse GT, Cristina Biz, a CIF permitirá ao paciente ter um acompanhamento mais qualificado com a identificação de sua trajetória no SUS, desde o momento em que a doença foi identificada até os procedimentos utilizados para a reabilitação.

De acordo com Cristina Biz, a resolução do CNS dará mais visibilidade ao trabalho de reabilitação que os fonoaudiólogos desenvolvem no SUS. “A CIF é importante porque, além de focar a questão da função comprometida do usuário – que é com o que trabalhamos –, mostra a capacidade de resolução do trabalho realizado pela Fonoaudiologia”, afirma.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Música: A Terra Pede Socorro!

Os pacientes M. e G. cantaram a linda música, em razão da comemoração do Dia do Meio Ambiente.

Confiram:


Esta duplinha, o M. e a G. são dois pré adolescentes fantásticos, super aplicados para melhorar a comunicação! 

Parabéns garotos, estou orgulhosa de vcs...continuem dedicados, o brilho no olhar é lindo de ver!


ARTIGO CIENTÍFICO: AS INVERSÕES DE LETRAS NA ESCRITA O "FANTASMA" DO ESPELHAMENTO. AUTOR: ZORZI (2000)

No artigo científico "AS INVERSÕES DE LETRAS NA ESCRITA O FANTASMA DO ESPELHAMENTO", o autor Dr. Jaime Zorzi, propõe as seguintes reflexões:

"Se os problemas perceptuais não dão conta de responder às questões acerca da dislexia, poderíamos encontrar outras razões que justificassem a ocorrência de inversões e espelhamentos, considerando-se que este é um fato comum na vida das crianças que estão iniciando o aprendizado da escrita?
Será possível explicar estas "alterações" com argumentos que possam ir além das já conhecidas explicações que fazem referência a falhas na percepção visual, na lateralidade, no esquema corporal, em noções espaço-temporais e assim por diante e, acima de tudo, que possam retirar de tais ocorrências o caráter patológico a elas fortemente associado?"

No decorrer do artigo, o autor formula e fundamenta uma nova hipótese que recorre a noções relativas ao desenvolvimento cognitivo infantil, de acordo com o que Piaget porpõe como noção de permanência do objeto e da invariância.O autor tece um interessantíssimo trabalho e conclue com o seguinte:


"Por muito tempo e, de modo bastante insistente, temos sido levados a ver, nos erros e enganos que as crianças fazem ao escrever, indícios de distúrbios e patologias. Os espelhamentos de letras são um exemplo típico desta maneira, até mesmo parcial e distorcida, de compreendermos o que é a aprendizagem.

Estamos, como adultos, fortemente contaminados com noções rígidas de "certo" e "errado": se a criança está agindo ou pensando da mesma forma que nós, então ela sabe, ela está certa, está aprendendo. Caso contrário, se ela assimila, ou entende uma situação de uma maneira distinta da nossa, que não está de acordo com nossas concepções e crenças, então ela está errada. Não está aprendendo. E, se não está aprendendo, então deve ter dificuldades, problemas, e assim por diante. 

Para nós é tão óbvia a distinção entre um p e um q, ou entre um b e um d, que não conseguimos imaginar como a criança não vê esta diferença tão facilmente. Não podemos imaginar como ela pode estar adotando uma perspectiva distinta de análise. 

Enquanto que, para nós adultos, parece não haver outro modo de ver um p a não ser exatamente na posição que o convencionamos desenhar, para a criança um p poderia continuar sendo um p, mesmo que fosse colocado em diferentes posições no espaço. E isto porque ela poderia estaria levando em consideração as propriedades constantes ou invariáveis do objeto e não um propriedade eventual, externa às relações espaciais intrínsecas ao mesmo. 

De modo semelhante, podemos considerar os enganos ou erros que a criança comete quando procura regularizar o som das letras sem se dar conta que a ordem e o contexto de ocorrência dentro da palavra podem estar determinando mudanças no valor sonoro das letras. Devemos partir do princípio que a língua escrita pode ser considerada como um objeto cultural, repleto de convenções e arbitrariedades que a criança não nasce dominando.

Como objeto cultural, a língua deve ser ensinada. Portanto, cabe ao adulto torná-la acessível à criança e para tanto, deverá ele adulto também conhecer de modo mais minucioso aquilo que está se propondo a ajudar alguém a aprender. Cabe também ao adulto compreender que enganos e erros fazem parte do aprendizado e que existe uma tendência de superação na medida em que a criança vai dominando as características do sistema de escrita. 

Por outro lado, merecem uma atenção e análise mais cuidadosa aquelas crianças que, apesar do contato com a escrita e das oportunidades que têm para tal aprendizado, revelam dificuldades mais significativas, sistemáticas e duradouras para compreender o funcionamento da escrita.

Cabe encerrar este artigo enfatizando a necessidade de se diferenciar patologia e normalidade. Tem ficado evidente a tendência de patologização quando observamos fatos no aprendizado os quais mal compreendemos. Quando alguma coisa foge dos parâmetros daquilo que, também de modo convencional, acreditamos ser o certo, a opção é a de atribuir distúrbios, disfunções e assim por diante. 

A definição de dislexia parece não ter fugido desta tendência e, podemos afirmar, somente será possível conhecer de modo mais aprofundado o que ela pode estar significando, na medida em que muito esforço for
dirigido no sentido de compreendermos o chamado desenvolvimento normal da aprendizagem da língua escrita, levando-se em conta, como buscou-se fazer neste artigo, os modos típicos com os quais as crianças constróem seus conhecimentos."
Recomendo a leitura da íntegra deste artigo, disposto no link: "As inversões de letras na escrita, o fantasma do espelhamento."

Grande abraço!