quarta-feira, 1 de junho de 2011

: Assunto em Evidência - O livro "Por toda Vida", norma popular x norma culta no ensino ::

O livro Por uma Vida Melhor foi distribuído pelo Ministério da Educação (MEC) para turmas de educação de jovens e adultos (EJA) em todo o Brasil. A publicação causou polêmica ao incluir frases com erro de concordância em uma lição que apresentava a diferença da norma culta e a falada.

De um lado, estão linguistas que defendem a obra que prega que o aluno pode falar “os livro”. Eles entendem que o uso da língua popular no ensino ajuda os estudantes de classes populares a se sentirem incluídos e, com isso, aprenderem com maior facilidade a norma culta. De outro, os que acreditam que esta prática limita a ascensão social dos próprios alunos.

O linguista, Bruno Dallari, acredita que “Aceitar o ensino da língua popular pode provocar o efeito contrário, deixando apenas para a elite o uso da norma culta”. Na mesma linha, o imortal da Academia Brasileira de Letras e gramático Evanildo Bechara, autor da Moderna Gramática Portuguesa, afirmou na semana passada que o aluno não vai para a escola “para viver na mesmice" e continuar falando a “língua familiar, a língua do contexto doméstico”, mas para se ascender a posição melhor. 

No entanto, confira abaixo alguns trechos do livro: 

“É importante saber o seguinte: as duas variantes [norma culta e popular] são eficientes como meios de comunicação. A classe dominante utiliza a norma culta principalmente por ter maior acesso à escolaridade e por seu uso ser um sinal de prestígio. Nesse sentido, é comum que se atribua um preconceito social em relação à variante popular, usada pela maioria dos brasileiros”

“'Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado'. Você pode estar se perguntando: ‘Mas eu posso falar ‘os livro?’.’ Claro que pode. Mas fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico. Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para a norma culta como padrão de correção de todas as formas linguísticas. O falante, portanto, tem de ser capaz de usar a variante adequada da língua para cada ocasião”

“É comum que se atribua um preconceito social em relação à variante popular, usada pela maioria dos brasileiros. Esse preconceito não é de razão linguística, mas social. Por isso, um falante deve dominar as diversas variantes porque cada uma tem seu lugar na comunicação cotidiana.”

“A norma culta existe tanto na linguagem escrita como na linguagem oral, ou seja, quando escrevemos um bilhete a um amigo, podemos ser informais, porém, quando escrevemos um requerimento, por exemplo, devemos ser formais, utilizando a norma culta. Algo semelhante ocorre quando falamos: conversar com uma autoridade exige uma fala formal, enquanto é natural conversarmos com as pessoas de nossa família de maneira espontânea, informal.”

Ex-ministro da Educação, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou que é contra a publicação e distribuição do livro didático de português Por uma vida melhor, da coleção Viver, aprender, adotado pelo Ministério da Educação para o ensino de jovens e adultos.


O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (31/05/2011) que o livro "Por uma vida melhor" , da professora Heloísa Ramos, não ensina a falar ou a escrever errado, conforme dizem críticos do material. Haddad defendeu o livro durante reunião da Comissão de Educação do Senado, que questiona a decisão do Ministério da Educação (MEC) de distribuir o livro a 484.195 alunos de 4.236 escolas pelo Programa Nacional do Livro Didático para a Educação de Jovens e Adultos (PNLD-EJA).

O jornalista Alexandra Garcia propôs a seguinte reflexão no Jornal Bom Dia Brasil:


 
Diante disto, gostaria de saber a opinião dos leitores do blog:
Quais as opiniões de vocês sobre este assunto?

Abraços! 

Fontes:
http://oglobo.globo.com/educacao
http://noticias.terra.com.br/educacao/
http://www1.folha.uol.com.br/saber/

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