quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

DISLEXIA, segundo RISUEÑO (2005)

Trecho do livro: "Dificuldades de Aprendizagem - Detecção e estretégia de ajuda" (de Gómes e Terán, traduzido por Navarro).



A dislexia é um dos termos mais utilizados dentro das dificuldades de aprendizagem. Sendo a aprendizagem da lectoescrita tão complexa como foi mencionado, as dificuldades que podem apresentar neste processo são igualmente complexas. "Compreender" as causas pelas quais uma criança tem dificuldades na sua lectoescrita é de suma importância para encontrar estratégias adequadas para enfrentar sua dificuldade. Nem todas as crianças que tem dislexia apresentam as mesmas características, sendo a única característica comum, apresentarem dificuldades na lectoescrita. Ao ser a leitura e escrita os mediadores do ensino na grande maioria das escolas, encontramos uma alta porcentagem de crianças que carecem dos instrumentos básicos para uma escolarização bem sucedida.

Antes de analisar os fatores das dificuldades na aprendizagem da leitura é importante compreender o que se denomina "dislexia" e o que chamamos "atraso leitor". Habitualmente diz-se que uma criança é disléxica quando encontra dificuldades na aprendizagem da leitura apesar de ter um desenvolvimento intelectual adequado para esse processo. Existem alguns autores que fazem diferenciação entre leitores com atraso e sujeitos disléxicos. Com isto, referem-se às crianças que tem um atraso de dois ou mais anos na aprendizagem da leitura e que pode ser devido a fatores emocionais, motivacionais, socioculturais ou educativos. No caso da dislexia, nenhum dos fatores mencionados é a causa explicativa, o que não exclui que algumas crianças que apresentem dislexia tenham algumas das características mencionadas, associadas ao seu problema.

Como foi analisado anteriormente, a lectoescrita exige tanto os aspectos perceptivos visuais como os auditivos. Intervêm nesse processo ambos os hemisférios; no reconhecimento da palavra como um todo intervém o hemisfério direito, no reconhecimento de grafemas e fonemasintervém o hemisfério esquerdo. 

Cada criança que apresenta dislexia é um caso único. Devido ao que mencionamos sobre a complexidade do processo, se existe uma disfunção numa área cerebral e suas respectivas conexões com áreas corticais, os sinais que apareçam terão traços particulares. A complexidade do processo de lectoescritor levou a classificações complexas da dislexia.

Border (1973) classifica como dislexia disfonética, diseidética e mista. Matis (1975) classifica-as como dislexias com alteração primária da linguagem. dislexia com transtorno articulatório grafomotor e dislexia com transtorno visoperceptivo. Risueño (2005) propõe uma classificação que recebe contribuições de alguns cientistas:

1. Dislexias-disgrafias linguísticas ou disfônicas: por processsamento auditivo; por falhas na estruturação da linguagem.
2. Dislexias-disgrafias visomotoras ou diseidéticas: disgestálticas; grafomotoras.

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