terça-feira, 30 de agosto de 2011

:: Brincar - Essencial para o Desenvolvimento Infantil! ::

Queridos leitores, leiam até o final:

A brincadeira é uma atividade presente na vida de crianças em diversas culturas, possuindo papel importante no desenvolvimento das mesmas. Apesar disso, tal importância nem sempre é reconhecida pelos adultos, os quais priorizam na educação das crianças aspectos cognitivos formais e apresentam uma dificuldade em visualizar a relação existente entre brincadeira e desenvolvimento.


Pode-se dizer que existem diversas razões para a criança brincar, sendo uma delas o próprio prazer que podem usufruir enquanto brincam. No entanto, é importante salientar que a brincadeira possui um lugar fundamental no desenvolvimento infantil, seja por seus benefícios imediatos ou de longo prazo. A importância da brincadeira pode estar relacionada a aspectos do desenvolvimento cognitivo, social, afetivo e físico.

Com relação aos benefícios cognitivos da brincadeira, Moraes relaciona a capacidade de concentração, o desenvolvimento da lógica e da linguagem na criança. Outros estudos também voltados para o ganho cognitivo da brincadeira têm demonstrado que brincar possui resultado semelhante, quando não superior, ao do treino em tarefas de solução de problemas. 

Brincadeiras ligadas a aspectos cognitivos geralmente envolvem números, charadas, utilizam o raciocínio lógico, o pensamento abstrato, a rapidez de raciocínio, e ao mesmo tempo, são combinadas com atividades que requeiram ação. Esse tipo de brincadeira, segundo Dohme, entusiasma as crianças. Mais recentemente, autores têm proposto que durante as interações sociais lúdicas, as crianças criam e buscam situações inesperadas e ativamente se colocam em diferentes papéis. Além dos aspectos emocionais e físicos, essas situações teriam também repercussões cognitivas para a criança.

A brincadeira também contribui de forma bastante efetiva para o relacionamento social das crianças, visto que oferece uma forma livre e autônoma de interação entre as mesmas. Por meio dela, a criança é capaz de resgatar valores e sentimentos, como a responsabilidade, além aprender a importância da negociação, da conquista, de conviver com regras e a resolver conflitos. Morais, especificamente, estudou alguns benefícios da brincadeira de faz-de-conta como o treino de atividades e de papéis adultos e da linguagem empregada nesses papéis; o desenvolvimento da adoção da perspectiva do outro – necessária para a percepção de sentimentos, de intenções e do papel dos parceiros de interação; a compreensão da complementaridade de papéis sociais; o treino na inversão de papéis e na flexibilidade de comportamento; a percepção das pistas sociais, inclusive sinais de brincadeira, de manipulação e de enganação; e a apreensão de normas, valores e crenças culturais.

O aspecto afetivo da brincadeira encontrasse na possibilidade que ela oferece de a criança se conhecer melhor, tendo, assim, oportunidades de encontrar nos outros atitudes e habilidades que causem admiração, que combinem com sua maneira de pensar, que causem vontade de conhecer melhor o outro, emergindo daí as primeiras amizades. Do ponto de vista dos benefícios emocionais, podemos constatar também a função retaliativa e compensatória da brincadeira. Através dela a criança pode exprimir a sua agressividade, dominar
suas angústias e trabalhar a ansiedade.

Por fim, quanto aos benefícios físicos da brincadeira Pellegrini e Smith destacam os benefícios que as atividades físicas nas brincadeiras trazem para o ser, auxiliando-o a desenvolver o vigor físico e algumas habilidades necessárias para a vida adulta. Os mesmos autores apontam também para evidências, apontadas principalmente pelas ciências do esporte, em relação a possíveis benefícios que a brincadeira (mais especificadamente a que envolve a motricidade ampla) propicia ao indivíduo para a redução de gordura e termorregulação. Parafraseando Dohme, algumas brincadeiras propiciam o desenvolvimento de habilidades onde se empregam a força (puxar, levantar, empurrar, etc.), a agilidade (correr, saltar, rastejar,etc.), a destreza (atirar, mirar, esquivar,etc.). Outras colaboram para o desenvolvimento da psicomotricidade fina, como enfiar uma agulha, equilibrar um ovo.


Vamos separar um tempinho em nossa jornada corrida para nos dedicar a 
brincar mais com nossas crianças? 

Fonte: Artigo Científico: "O BRINCAR E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO INFANTIL", autora: Janete Hansen, et al.

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